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Como a telemetria pode ajudar o gestor de frotas

Por Giovani Benedetti Penha em 17 de novembro de 2014 às 13h51
Giovani Benedetti Penha

Você já parou para pensar no que é tecnologia? Basicamente, tecnologias são “ferramentas que ajudam a solucionar problemas”. Nesse sentido, papeis e canetas são tecnologias úteis quando você precisa escrever, certo? A boa notícia é que as tecnologias evoluem com o tempo, ajudando a resolver problemas de maneiras cada vez mais práticas. Para ganhar agilidade, você pode contar com um computador ao invés de papel e caneta. Da mesma maneira, em lugar de alimentar os dados manualmente em planilhas, você pode dar dinamismo à gestão de sua frota utilizando softwares de gestão e o sistema de telemetria.

Mas antes mesmo de falar sobre como o uso da telemetria pode ajudar nas tarefas do gestor de frotas e reduzir custos logísticos para a empresa, tema deste artigo, precisamos primeiramente definir o que é essa tecnologia. Dito de maneira simples: “tele” significa “de forma remota” e “metria” quer dizer “medição”. Portanto, telemetria é basicamente a medição de dados do veículo e a transmissão remota desses dados para uma central de monitoramento que a empresa monta para acompanhar e saber como está a operação dos veículos, a condução dos motoristas, o consumo de combustível, entre outros.

Esses dados podem ser coletados de maneira analógica ou digital. No formato analógico, o acompanhamento é feito sensor a sensor. Se você precisa ler, por exemplo, o RPM (contagiro) do veículo, é preciso instalar um fio no sensor responsável pelo RPM. Dessa forma, é possível fazer o cálculo do valor do contagiro, baseando-se nos pulsos que esse sensor envia e em uma calibração que é realizada veículo por veículo. Se precisar medir o odômetro, é a mesma coisa. E assim por diante, sensor por sensor.

A outra forma de fazer a leitura de telemetria é por meio da central eletrônica do veículo – presente nos veículos mais modernos. Em veículos pesados, a central troca informações com os componentes eletrônicos do veículo através da rede CAN (Controller Area Network). De 2009 em diante, começaram a ser estabelecidos alguns padrões no mercado, o que facilita essa leitura digital. Por exemplo: o motor recebe dados de vários sensores e, com isso, a central eletrônica sabe se ele precisa mandar mais ou menos combustível, de acordo com a situação dos sensores que medem nível do oxigênio, qualidade do combustível etc. A rede CAN também aponta as diversas falhas que acontecem no sistema. Se o veículo está com uma falha no sensor que monitora o nível de oxigênio existente nos gases de escape, esse erro é apontado e fica nesse computador de bordo do veículo.

A grande vantagem da telemetria digital é o fornecimento de informações muito mais seguras e precisas. Por meio desse modelo, é possível coletar dados do odômetro, RPM, consumo de combustível, velocidade e muito mais. A telemetria digital também é muito mais eficiente para identificar falhas em tempo real e o veículo pode ser consertado o quanto antes, evitando desperdícios, gerando mais economia e dando mais segurança às operações. Todas as informações de telemetria são consolidadas dentro de um equipamento embarcado no veículo (computador de bordo), que transmite esses dados para a central de monitoramento que, geralmente, fica na própria empresa.

Essa transmissão é realizada pela rede de telefonia celular. Diferente do modelo analógico, em que é necessário fazer a ligação em diversos sensores, no modelo digital é preciso apenas conectar um par de fios na rede CAN para saber todas as informações sobre o veículo. Você pode imaginar que a rede CAN é como se fosse uma rede de computadores e o sistema de telemetria conecta-se a ela para saber tudo que está acontecendo por ali.

O uso dessa tecnologia gera diversos benefícios para a gestão dos veículos. Com a telemetria, você consegue elaborar “rankings de motoristas” e saber, por exemplo, quem são seus melhores motoristas e quem são os piores, acompanhando a maneira como eles estão conduzindo os veículos. Você pode ainda identificar quem são aqueles que estão rodando muito tempo com o RPM lá em cima, na faixa vermelha, ou seja, com consumo de combustível muito alto, desgastando as peças do veículo de forma prematura. Isso no caso de caminhões e ônibus, principalmente, ocasiona um aumento de gastos significativos com combustível e de retífica de motor.

Além disso, o gestor consegue identificar quanto cada motorista gastou, em quais viagens, em quais horários, quais rotas etc. Tudo isso de uma forma muito mais detalhada. A partir dessas informações, é possível identificar falhas na operação ou mesmo no veículo e criar planos de ação.

A economia que isso gera é real e pode ser percebida na prática. Por meio da telemetria acompanhada da conscientização dos motoristas, a economia média projetada para empresas com cerca de 400 veículos assistidos por essa tecnologia é de R$ 2 milhões por ano, principalmente em diesel e retífica de motores. Outro benefício da telemetria é que ela funciona de forma totalmente autônoma. Você não precisa ter uma pessoa responsável por cadastrar as informações no sistema – tudo é feito de forma automatizada por meio da coleta das informações na rede CAN.

Com base nos dados de telemetria mais avançados, é possível trabalhar uma gestão apoiada em indicadores. É um trabalho que demanda pouca gestão em cima do sistema em si. Por meio da telemetria, o gestor tem todos os dados e indicadores que precisa para saber de que forma gerenciar melhor sua frota. O trabalho mais pesado vem depois: fazer a gestão dessas informações para melhorar o desempenho das operações, orientando e acompanhando os motoristas.

A telemetria também proporciona a redução de acidentes. Como você consegue acompanhar a velocidade exatamente igual à do painel do veículo, é possível alertar os motoristas em casos de excesso de velocidade. Para dar ainda mais eficiência a esse controle, o gestor pode cadastrar qual é a velocidade permitida em cada trecho da viagem. Por exemplo: 40 km/h no máximo dentro da cidade, 80 km/h fora, 20 km/h no trecho perto da polícia rodoviária e 40 km/h em região de serra, e assim por diante. Você configura a malha de velocidade da rota que os veículos fazem, e estes vão ser monitorados por tais parâmetros.

Enfim, a telemetria gera centenas de parâmetros para que você possa acompanhar e monitorar. No entanto, na hora de escolher um sistema de telemetria, algumas questões devem ser levadas em conta. É possível encontrar alguns equipamentos de telemetria muito mais baratos que a média do mercado. Porém, fique alerta com o que pode parecer uma vantagem no começo. Esse tipo de equipamento dá muito mais manutenção, pois não é desenvolvido especificamente para o ambiente automotivo, fazendo com que o veículo tenha que parar constantemente para fazer trocas e reparos.

Por último, vale dizer que quando você buscar um sistema, pense também em todo o contexto em que este irá atuar. O sistema precisa “conversar” com todas as questões que envolvem as operações de seus veículos. Por isso um sistema de telemetria que possibilite integração com um sistema de gestão de frota atuará de maneira mais abrangente e efetiva do que um software que não tenha essa possibilidade de integração, limitando a aplicação prática das funcionalidades no dia-a-dia.

Giovani Benedetti Penha Gerente de Produto e Parcerias da Veltec Soluções Tecnológicas (43) 2105-5000

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