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Gigante reestruturada

Fernando Simões, CEO da JSL - Levando muito a sério o slogan “entender para atender”, a JSL, maior companhia de logística rodoviária do Brasil, vai muito além do transporte de cargas, com um modelo de negócios extremamente diversificado e sinérgico, buscando suprir as diferentes necessidades da cadeia produtiva de seus clientes. Com foco em um novo ciclo de desenvolvimento, ela acaba de passar por um processo de reorganização empresarial para contar com uma governança cada vez mais sólida, ágil e simplificada no gerenciamento de toda essa estrutura, conforme detalha seu CEO, Fernando Simões
Por Redação em 15 de abril de 2018 às 14h20 (atualizado em 30/07/2018 às 10h16)
Gigante reestruturada
Fotos: Radamés Jr.

A JSL é muito mais que uma companhia de logística, contando com um portfólio de serviços bastante diversificado. Como ela evoluiu de uma transportadora rodoviária até o atual modelo de negócios?

Fernando Simões – Nós temos muito orgulho da história da companhia, das nossas origens, das origens do meu pai, Julio Simões, fundador da JSL,  e do nosso início como transportadora, lá em 1956. Ao longo de todos esses anos, a companhia foi se diversificando muito, sempre focada nas necessidades dos clientes, ou seja, com negócios que eram complementares às nossas operações, negócios com total sinergia entre si.

Nós falamos muito sobre o nosso DNA de servir, porque conhecemos não só a importância do cliente, mas também a importância de estabelecer uma relação de longo prazo e sustentável com ele. Isso passa por oferecer serviços e produtos com um custo-benefício justo. Eu sempre digo que um negócio com margens apertadas, mas com um cliente que estabeleça uma continuidade de relacionamento, é muito melhor do que um negócio com grandes margens, mas que dura pouco. Então, oferecer os mais diversos serviços, com foco nas reais necessidades do cliente, é o que nós sempre buscamos.

Dessa maneira, embora a nossa origem seja o transporte rodoviário, e temos muito orgulho disso, há muitos anos nós deixamos de ser uma transportadora e passamos a ser uma companhia que presta serviços em toda a cadeia produtiva dos nossos clientes. E assim nasceram negócios como transporte de passageiros, operações dedicadas e locação de automóveis, máquinas e caminhões. Tudo isso veio desse foco da JSL de buscar entender as demandas dos clientes e oferecer a melhor prestação de serviços possível. Essa diversificação dos negócios da companhia começou na década de 1980 e adentrou a década seguinte, quando nossa moeda estava forte e as indústrias estavam se reinventando, buscando sempre o aumento da produtividade. Foi assim que a JSL construiu sua história e se transformou em uma companhia com um amplo portfólio de serviços. E em 2001 nós nos tornamos a maior companhia de logística rodoviária do Brasil.

Hoje a JSL é uma companhia de capital aberto, correto?

Simões – Sim. Em 2010 nós abrimos nosso capital. Com isso, mais importante do que a captação de valor, é a oportunidade de perenizar a companhia. Da mesma maneira que o meu pai um dia teve o cuidado de se atentar à sucessão dentro da família, de forma que ele pudesse ter tranquilidade a respeito da continuidade da JSL, eu também, vendo aonde a companhia chegou e o tamanho dela, percebi que a abertura de capital seria um passo importante para a perpetuação.

Além disso, quando você tem uma melhor governança, você está proporcionando aos seus clientes mais segurança e fica cada vez mais apto a oferecer serviços estratégicos. Então foi quase uma obrigação esse movimento de abertura de capital, tendo em vista as proporções que a companhia tomou.

Vocês acabaram de passar também por uma reorganização empresarial. O que foi feito exatamente?

Simões – Nos últimos anos nós reparamos que a JSL, devido justamente a essa grande diversidade de serviços oferecidos, acabou transformando suas unidades de negócio em verdadeiras empresas. Da mesma maneira que, em determinado momento, foi importante essas unidades serem parte da companhia, até mesmo para fidelizar os clientes, agora, com o porte que tudo isso tomou, tornou-se importante haver uma segregação.

Portanto, nós começamos, há quase três anos, a transformar nossas unidades de negócios em empresas totalmente independentes. E esse processo terminou no final do ano passado. Nós sempre tivemos gestores independentes em cada unidade, mas com essas mudanças podemos contar com áreas muito mais focadas em cada negócio. Isso traz uma agilidade muito maior. E o mais importante disso tudo é proporcionar mais clareza para os potenciais investidores a respeito de cada um dos negócios, para que eles saibam exatamente no que estão investindo.

É possível detalhar a estrutura organizacional agora?

Simões – Hoje existe a companhia JSL, listada no Novo Mercado da BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), e sob ela estão as outras empresas. Os serviços logísticos são prestados pela empresa JSL Logística, que opera com a razão social da JSL. Mas ela não é uma holding. É uma companhia na qual estão diretamente todos os nossos serviços de logística, além das ações das demais empresas.

Temos uma rede de concessionárias de veículos leves e corretora de seguros, que opera com o nome JSL Concessionárias de Veículos, cujo capital pertence 100% à JSL. Temos a CSBrasil, com 100% de capital da JSL também, que opera com limpeza urbana e transporte urbano de passageiros, sob concessão pública, além de contar com uma célula de novos negócios que analisa oportunidades nessa área. Nós acreditamos muito na terceirização de serviços públicos, aumentando cada vez mais a qualidade deles, que é uma demanda da própria população.

A Movida, por sua vez, que atua na locação de automóveis, na venda de seminovos e também com gestão de frotas, tem 65,6% de suas ações pertencentes à JSL e 34,4% no mercado. Por fim, nós criamos uma empresa chamada Vamos. Ela é nova como empresa, mas presta serviços que nós já oferecemos há muitos anos. Nós levamos para dentro da Vamos tudo que diz respeito ao aluguel de máquinas, caminhões e equipamentos. E esse é um negócio muito forte. Atualmente ela conta com mais de 4.500 caminhões alugados, por exemplo, e mais de 95% dos contratos da Vamos são de longo prazo, coisa de cinco anos. A Vamos abriga também nossa rede de concessionárias de caminhões novos Man, uma das maiores da marca no Brasil, senão a maior. E estamos criando também uma rede de máquinas e caminhões seminovos. Além disso, nosso serviço de leasing deve ir para a Vamos também.

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Por meio da prestação de serviços logísticos, vocês também fornecem veículos para as operações, certo?

Simões – Sim, mas tudo que diz respeito à locação de caminhões e máquinas sem motorista está relacionado à Vamos. Já as operações logísticas são feitas pela JSL Logística, com a utilização do veículo para prestar um serviço de logística para o cliente, e não somente a locação do caminhão, por exemplo. A verdade é que é cada vez é maior a quantidade de empresas que buscam somente o veículo.

A Vamos pertence em 91% à JSL e o restante das ações pertence à nossa sócia, a empresa Borgato, de Ribeirão Preto (SP). Ela trouxe para a Vamos uma rede muito grande de concessionárias de máquinas. Trata-se de um player muito forte na locação de equipamentos, especialmente para o segmento sucroalcooleiro, com atuação nacional.

Cada uma dessas empresas conta com gestões independentes?

Simões – Sim, e essa é uma das principais características da nova organização. São cinco empresas – JSL Logística, JSL Concessionária de Veículos, CSBrasil, Movida e Vamos – totalmente separadas e com seus respectivos gestores. Eu sou o CEO da JSL e, por consequência, da JSL Logística.

Em qual negócio a companhia está apostando mais forte?

Simões – Com a recuperação do cenário econômico brasileiro, eu digo com total certeza que todos eles apresentam grande potencial de crescimento. São negócios bastante diversificados, desde a locação de automóveis até a prestação de serviços públicos. O negócio de aluguel de máquinas e equipamentos também é muito promissor, assim como o de caminhões seminovos. A JSL é a companhia que mais adquire caminhões no Brasil, então é claro que nós compramos por um valor diferenciado, e isso faz com que nós possamos oferecer a locação e o leasing também por valores muito atrativos. Hoje quem fizer as contas acaba não comprando o caminhão, mas alugando ou fazendo leasing. Isso não é tão comum no Brasil, mas lá fora é uma prática normal, e a tendência é que cresça muito por aqui.

As ações que foram compradas em 2010, quando a empresa abriu seu capital, referem-se à JSL como um todo?

Simões – Sim, quem comprou em 2010 continua tendo ações da JSL e, por consequência, de tudo que está abaixo dela. Pertencem ao mercado 25,8% das ações da JSL.

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No caso da Borgato, foi realizada uma aquisição, correto?

Simões – Exatamente. A JSL adquiriu 91% das ações da Borgato, a Vamos foi criada e a família Borgato ficou com 9% da empresa. Juridicamente o nome Borgato continua existindo, mas a marca utilizada passa a ser Vamos, embora nada impeça de se usar Borgato também, que é um nome muito forte, especialmente no agronegócio.

Esse é um setor interessante para a JSL na área logística?

Simões – Nós temos muitas máquinas e caminhões locados para o agronegócio, por meio da Vamos, então nós mantemos uma relação muito próxima com esse setor, em especial com as principais indústrias sucroalcooleiras.

Na logística eu acredito que existe muito potencial. Hoje nós temos, por exemplo, uma operação de CCT (corte, carregamento e transporte), mas as mudanças sobre a terceirização devem contribuir muito para que esse tipo de prestação de serviço cresça. E eu não me limito a dizer que isso vai acontecer somente no agronegócio, mas em todas as áreas.

Aliás, como empresário – e como brasileiro – eu confesso que se alguém me dissesse há algum tempo que ainda na minha geração eu veria acontecer uma reforma trabalhista, ainda mais envolvendo a terceirização, eu não acreditaria. Mas aconteceu, e tudo isso é muito positivo. A verdade é que o empresariado de uma forma geral ainda não fez nada, nem de longe, para colher os frutos que essas mudanças vão gerar, até porque isso leva um tempo, naturalmente. As reformas vão trazer melhorias para todo mundo, eu tenho certeza, porque elas geram ganhos de produtividade industrial e, assim, teremos custos mais competitivos na produção dos nossos bens. Isso ajuda na exportação, na competição do mercado interno e, no fim das contas, gera mais empregos, beneficiando o próprio trabalhador, que também será favorecido com a eliminação de muitos desgastes burocráticos. Enfim, a reforma trabalhista faz nascer novas oportunidades no país de uma forma geral.

Quais são os principais segmentos atendidos pela JSL Logística atualmente?

Simões – Nós atuamos em diversos setores, e temos relacionamentos muito duradouros com nossos clientes. A Suzano Papel e Celulose, por exemplo, nosso primeiro cliente, foi o grande incentivador do meu pai para montar a empresa, e está conosco até hoje. Esse setor de papel e celulose é muito importante para a JSL e representa um percentual importante das receitas da empresa, mas felizmente nós lidamos com uma boa variedade de segmentos, como o agronegócio, do qual já falamos, o alimentício, o automobilístico, a mineração, etc. Cada setor atendido representa cerca de 10% das receitas da JSL. O nosso maior cliente hoje representa menos de 9%, e em vários contratos, não somente um. Essa diversidade de clientes e de setores nos dá muita tranquilidade, nos fornece uma boa sustentabilidade, e isso foi primordial para que a JSL pudesse atravessar os últimos anos sem sofrer tanto com a crise. Essa diversificação de segmentos atendidos é, inclusive, parte da nossa estratégia, assim como a diversificação de serviços oferecidos.

Falando da JSL como um todo, nós temos a felicidade de atuar em negócios que apresentam boas oportunidades de crescimento. É claro que com a crise dos últimos anos todos nós ficamos com alguma capacidade ociosa, pois as quedas foram muito grandes em todos os setores, mas agora os negócios estão começando a voltar. O Brasil passa por ciclos, e a parte ruim já está ficando para trás, mas a verdade é que carga não chega a lugar nenhum sem transporte, sem o caminhão, e pessoas também necessitam de transporte.

Então essa percepção vale não somente para a logística, mas também para a atuação das nossas outras empresas. Todas apresentam boas oportunidades de crescimento, especialmente com a retomada da economia. A mobilidade urbana também passa pelos veículos, sejam eles comprados ou alugados, e nós estamos nesse negócio. Até mesmo as novas maneiras de se locomover pelas cidades, com o uso de aplicativos como o Uber, promovem a locação de carros. Hoje muitas pessoas físicas fazem as contas e optam por não comprar um carro próprio. O mesmo acontece com os caminhões, como eu já citei anteriormente.

A JSL Logística tem na mira algum segmento que ainda não é atendido?

Simões – Eu acho que existem muitas oportunidades no mercado. Sem criar muitas expectativas, pois, como eu disse, os negócios hoje são sustentáveis da maneira que são, acredito que o setor da saúde, no qual nós não temos muita participação hoje, apresenta boas oportunidades. É um mercado cujas indústrias vão, cada vez mais, buscar bons parceiros logísticos.

Qual é o tamanho da estrutura da JSL Logística?

Simões – Nós estamos presentes no Brasil todo, com mais de 190 pontos de atendimento, entre armazéns, CDs, terminais, porto seco, operações dentro da estrutura do cliente, etc.

E qual é o tamanho da frota rodoviária atual?

Simões – Temos aproximadamente 3.500 caminhões, por volta de 7.500 carretas e mais de 2 mil cavalos-mecânicos. Os gestores de cada negócio têm autonomia para propor e escolher o modelo de veículo que melhor se adapte às necessidades do cliente e que melhor atenda as operações. Além disso, nós trabalhamos com veículos terceirizados. Somente em 2017 nós pagamos mais de R$ 800 milhões em frete para terceiros, entre empresas pequenas e médias e autônomos que prestam serviços de transporte. Tudo gerenciado pela JSL Logística.

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Gerenciar tantos prestadores de serviço de transporte demanda um nível de controle muito alto, certo?

Simões – Sem dúvidas. O mercado tem boas ferramentas tecnológicas para isso, e nós, empresas de logística, também fomos customizando, ao longo do tempo, as soluções utilizadas. Tributariamente, por exemplo, o Brasil é uma Torre de Babel, então as necessidades de adaptações para fazer de forma satisfatória o controle nas atividades de transporte e armazenagem são imensas. Isso faz com que as empresas busquem os instrumentos de controle que melhor atendam às suas necessidades, adaptando para a própria realidade.

Na JSL, nós aplicamos sistema SAP de ponta a ponta, contamos com equipe de TI própria e estamos sempre utilizando também fornecedores de soluções, trabalhos de consultorias, entre outras coisas, até porque em alguns clientes você usa seu próprio sistema, mas outros querem que você use o sistema deles.

Você disse que a JSL atravessou a crise sem sofrer tanto. Quais são as suas expectativas para o segmento logístico nos próximos anos?

Simões – Na minha opinião esse mercado representa mais ou menos o que é o Brasil. Todo mundo reclama um pouco, mas a verdade é que, se analisarmos a fundo, todo ano nós estamos melhor do que estávamos no ano anterior. É claro que ainda existem muitos problemas, falta profissionalização, existe muita informalidade. Mas se compararmos a logística nacional hoje em dia com o que era a logística há, digamos, dez anos, nós evoluímos muito. Temos hoje no mercado empresas muito boas e serviços de ótima qualidade. Um bom demonstrativo de que o mercado logístico evoluiu é o fato de que, antigamente, era muito difícil trazer um bom profissional da indústria para o nosso setor. Hoje já é possível trazer bons executivos da indústria para a prestação de serviços. A logística representa um mercado que vem amadurecendo, apresenta ótimas oportunidades e, sem dúvidas, hoje é muito melhor do que já foi no passado.

É claro que ainda existe muito espaço para melhorar, e isso passa, na minha opinião, por uma maior profissionalização das empresas de logística, em especial no que diz respeito a questões legais. É preciso trabalhar dentro da lei e não utilizar parceiros que não cumpram suas obrigações. O respeito à carga horária dos motoristas é um bom exemplo disso. A Lei do Descanso (12.619/12) é muito importante, deve ser cumprida e cabe às empresas contribuírem com isso. As que são realmente organizadas, com lei ou sem lei sempre incentivaram seus motoristas a fazer jornadas com interrupções para o descanso, mantendo a segurança das operações. Afinal, nós temos a obrigação de operar com segurança. O que foi feito depois da lei foi se ajustar para documentar isso e mostrar que está sendo praticado, e isso não foi um problema para quem já andava direito. Infelizmente, porém, poucas empresas têm essa preocupação de fazer a coisa certa.

O transporte rodoviário ainda é um dos setores que mais sofre com essa informalidade?

Simões – Falta a contrapartida do governo. Faltam postos para o descanso do caminhoneiro e uma fiscalização efetiva também. Na verdade, sempre que eu tenho a oportunidade eu digo que, em um país que utiliza tanto o modal rodoviário como é o caso do Brasil, é um absurdo observar que nunca foi feito nada para o caminhoneiro por parte do governo.

Dizem que o país tem cerca de 200 mil empresas que se classificam como transportadoras e 2,5 milhões de caminhões rodando nas estradas, com uma idade média de 17 anos. Em países de primeiro mundo a idade média é inferior a oito anos. Se a média é de 17, isso significa que existem caminhões nas estradas com mais de 30, 40 anos. Estou falando aqui de uma questão que gera poluição, que causa acidentes, que tira vidas. No entanto, nós nunca tivemos um plano organizado de renovação de frota que beneficiasse essas transportadoras.

Na JSL nós mantemos a média de idade da frota em 3,9 anos, mas alguma coisa precisa ser feita pelo pequeno transportador, que não tem condições de trocar seus veículos. Quando o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faz alguma coisa, beneficia somente o médio e o grande, como nós, que temos poder de investimento. O pequeno não consegue pular de um caminhão com 17 anos ou mais para um novo. A mudança precisa ser gradual, com modelos de financiamento para os veículos seminovos também, e não somente para os novos. Então eu defendo que é preciso haver mais facilidades e incentivos para as pequenas empresas de logística.

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E o Brasil é um país muito dependente do transporte rodoviário. Você vê a multimodalidade crescendo?

Simões – Nos últimos anos todo mundo se abraçou para tentar sobreviver, então isso pouco evoluiu, mas sem dúvidas a multimodalidade é uma tendência. Cada vez mais nós vemos a cabotagem integrada ao transporte rodoviário, por exemplo. Todo mundo vai sempre buscar a otimização das operações, e isso passa inevitavelmente pelo uso dos mais diversos modais de transporte. O Brasil sem dúvidas precisa investir mais em multimodalidade. E, diferente do que muita gente pensa, o transporte ferroviário, ou a navegação, por exemplo, não compete com a rodovia. São coisas complementares.

Você parece bastante otimista a respeito da economia brasileira. É isso mesmo?

Simões – Sem dúvidas. A melhora já é perceptível. E o sentimento de otimismo é natural, até porque a referência que nós temos, levando em conta os últimos anos, é muito ruim. O que vemos é realmente uma recuperação. Quem mais está voltando é também quem mais caiu nos piores momentos da crise, como a indústria automobilística, por exemplo. E quem menos está crescendo é quem não caiu tanto, como a alimentícia, ou quem nem caiu, como a farmacêutica. E um aspecto que eu vejo como muito positivo é que a retomada não está acontecendo com euforia. O consumo, por exemplo, está voltando com mais responsabilidade. Nós estamos iniciando um círculo virtuoso, com mais consistência que outros que o Brasil já viveu.

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