Você já se perguntou se Supply Chain e gestão de projetos podem impulsionar a eficiência da sua empresa? Eu acredito firmemente que sim — e que a maioria das organizações deveria apostar nessa combinação. No entanto, essa não é a realidade que observamos amplamente no mercado.
Vivemos um cenário corporativo cada vez mais dinâmico e globalizado, no qual a gestão eficaz da cadeia de suprimentos deixou de ser apenas uma vantagem competitiva para se tornar uma necessidade crítica. Em um cenário pós-pandêmico, com guerras, crises e tensões geopolíticas, os riscos aumentaram e a necessidade de mitigar desperdícios e ineficiências nunca foi tão grande.
Com um cenário tão desafiador, não podemos nos dar ao luxo de não priorizar ações ou deixar de planejar e gerenciar com o devido cuidado.
Nesse contexto, a gestão da cadeia de suprimentos se destaca como ferramenta essencial para mitigar riscos, evitar desperdícios e garantir eficiência operacional.
Gestão de Projetos como Aliada Estratégica
A gestão moderna de projetos vai muito além de cronogramas e relatórios. Seu papel é fundamental para apoiar as operações de Supply Chain em diversos aspectos: desde a priorização de portfólios e viabilidade financeira, até o acompanhamento e controle de entregas, culminando na operação assistida após a conclusão do projeto.
Projetos logísticos são um excelente exemplo dessa sinergia. Entre os mais comuns no mercado, podemos citar:
Sem uma gestão estruturada, muitos desses projetos estão fadados ao desperdício de tempo e dinheiro — dores bem conhecidas no setor.
O Problema Cultural
Mas por que gestão de projetos e Supply Chain ainda não caminham lado a lado em muitas empresas? As razões passam por cultura organizacional, falta de conhecimento e visão limitada de gestores, que ainda veem a gestão de projetos como custo ou burocracia desnecessária. Soma-se a isso o imediatismo por resultados rápidos, comprometendo a eficiência a longo prazo.
Case de Sucesso: Abertura de Operação no Nordeste
Para ilustrar a importância da gestão de projetos, compartilho um case real: a empresa XPTO, do setor de autopeças, identificou potencial de mercado no Nordeste, mas enfrentava altos custos logísticos e longos prazos de entrega, além da concorrência crescente de produtos importados.
Após análise de viabilidade financeira e planejamento detalhado — incluindo riscos como mão de obra não qualificada e entraves legais —, a empresa optou por abrir uma filial em Recife (PE), dentro das instalações de um operador logístico, aproveitando incentivos fiscais do PRODEPE.
O projeto foi conduzido com gestão profissional, desde a concepção até a operação assistida. Como desdobramento, a empresa ainda migrou parte do transporte para a cabotagem, reduzindo custos, sinistralidade e impacto ambiental.
Conclusão
Esse case evidencia que investir em gestão de projetos e Supply Chain de forma integrada — com equipes capacitadas e autonomia decisória — potencializa a eficiência operacional, produtividade e competitividade. Uma lição valiosa para empresas que desejam se destacar no cenário global.
*Sérgio Henrique Fernandes diretor de projetos no Grupo GPYBR e atualmente leciona como professor convidado nos programas de MBA da Fundação Getúlio Vargas.