A CCR Aeroportos está investindo na ampliação da malha de voos cargueiros internacionais nos aeroportos internacionais que administra. A empresa está anunciando as novidades durante a Intermodal 2023, que começou nesta terça-feira (28).
Atualmente, a empresa administra 20 aeroportos no Brasil e na América Latina, entre eles, os terminais de Curitiba e Foz do Iguaçu, no Paraná; Navegantes e Joinville, em Santa Catarina; Goiânia, no estado de Goiás; São Luís, no Maranhão; Teresina, no Piauí; e Petrolina em Pernambuco. Todos esses mencionados operam com carga aérea internacional.
De acordo com a empresa, cerca de 70% dos processos de liberação aduaneira de cargas aéreas que chegam do exterior, destinados aos estados do Paraná, Santa Catarina, Goiás e Maranhão, ocorrem em São Paulo, gerando um elevado tráfego rodoviário e tempo adicional para transportar essas mercadorias até o destino final.
Com isso, a CCR ampliou a sua malha cargueira internacional no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba (PR). No terminal, há seis frequências semanais de cargas importadas da Europa e Estados Unidos com aviões de grande porte, além de quatro frequências com origem em Miami (EUA).
"A gente está conversando com várias empresas aéreas europeias, sendo que a maioria já opera no Brasil em Guarulhos (SP) ou Viracopos (SP), e a ideia é que elas façam mais uma etapa em Curitiba (PR)", explica Maria Fan, gerente executiva comercial da CCR Aeroportos à Tecnologística.
Isso reduziria, segundo a CCR, cerca de um dia na distribuição das cargas até o Paraná, levando em consideração o tempo de transporte rodoviário e o processo burocrático de liberação do aeroporto. Entre as principais cargas importadas pelo estado estão peças e maquinários automotivos, produtos farmacêuticos e agrícolas.
À reportagem, Maria Fan antecipou que a empresa está preparando uma nova estratégia de operação para exportação de frutas a partir do terminal de Petrolina (PE) no retorno dessas aeronaves para o continente europeu.
"Na volta, a ideia é que elas façam um pouso em Petrolina (PE). Essa é uma rota que queremos fazer num curto prazo, porque esses aeroportos já estão preparadíssimos e não precisam de nenhuma obra", completa.
Com a nova rota, a expectativa é que as empresas possam reduzir aproximadamente 48 horas na logística de escoamento dessas cargas, que atualmente, deixam Petrolina (PE) em direção à São Paulo (SP) através do transporte rodoviário para realizar a exportação.
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Construção de novo terminal de cargas em Goiânia (GO)
Maria Fan também revelou que a empresa investirá na construção de um novo terminal de cargas dedicado às importações de produtos farmacêuticos no Aeroporto Internacional de Goiânia. O projeto inclui o planejamento de voos cargueiros internacionais procedentes da Europa, Ásia e Estados Unidos, como mais uma importante iniciativa disruptiva da CCR Aeroportos, tendo em vista a atual logística rodoviária para translado dessas cargas de São Paulo até Goiás, e está previsto para entrar em operação em 2024.
"Goiânia tem um polo farmacêutico e químico muito importante e nós ainda não atendemos totalmente a demanda da região. E essas cargas chegam em São Paulo e transitam de caminhão até Anápolis (GO) com horas de viagem", finaliza.
Expectativas para 2023
No segmento de cargas, a CCR Aeroportos prevê um crescimento durante o ano. Embora a expectativa do governo federal seja de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, a empresa espera que haja uma retomada econômica de alguns segmentos como de semicondutores oriundos da China.
“O que aconteceu nos últimos dois anos é que houve uma escassez de avião cargueiro porque durante a pandemia foi necessário o uso desse transporte para o envio de insumos e vacinas, ficando muito concentrado na Ásia, ao mesmo tempo que eles tiveram um gargalo com contêineres marítimos que não conseguiram ser devolvido a tempo”, diz a Maria Fan que pontua que as empresas aéreas não estavam tendo tempo para olhar novas rotas.
Além disso, no ano passado o setor ainda foi impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que forçou as empresas aéreas a mudarem as suas rotas por não poderem mais sobrevoar os países, seja por questões de embargos ou risco de segurança, aumentando o tempo de transporte.
“A expectativa das empresas aéreas é que no segundo semestre deste ano eles tenham muito mais condições de olhar outras portas, e é o que a gente já está vendo. A Ethiopian Airlines acabou de anunciar que vai trazer mais duas frequências de voos cargueiros da China para o Brasil, operando em Guarulhos (SP)”, afirma.
Em relação a carga nacional, a gerente executiva da CCR Aeroportos aponta o crescimento do e-commerce, que deve ser menor do que nos últimos anos, que foi impulsionado pela pandemia de Covid-19, mas que deve se estabelecer neste ano.