A demanda por galpões logísticos e condomínios industriais tem se expandido para além das regiões tradicionalmente mais concentradas no setor. Segundo levantamento da consultoria Newmark, o Sul e o Nordeste registraram avanços significativos no primeiro trimestre de 2025, ocupando atualmente o quarto, quinto e sexto lugares no ranking nacional de estoque, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O maior volume de novo estoque entregue no país no período foi registrado em Pernambuco, responsável por 35% do total nacional, o equivalente a 495 mil metros quadrados. A maior parte desse volume foi concentrada no município de Jaboatão dos Guararapes, que também figurou entre as três maiores absorções líquidas do Brasil no trimestre.
De acordo com a análise, o avanço da ocupação no Nordeste está diretamente associado à consolidação do comércio eletrônico, que tem sido o principal vetor de crescimento em regiões como Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. O perfil dos ocupantes reflete uma busca por maior capilaridade e velocidade de entrega, aproveitando melhorias na infraestrutura regional e o aumento do consumo local.
No caso de Minas Gerais, o crescimento foi puxado por empresas dos setores de logística, transporte e distribuição, com destaque para os municípios de Extrema e Ribeirão das Neves. Em São Paulo, o maior volume de absorção líquida foi verificado em Cajamar, município já consolidado como hub logístico no Sudeste.
Segundo Mariana Hanania, head de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Newmark, o movimento indica uma transição importante no mapa logístico nacional. “A expansão da demanda para além do eixo tradicional Sudeste mostra uma tendência relevante na dinâmica do segmento de galpões no país. Regiões como o Nordeste estão em busca de consolidação como polos estratégicos, tanto pelo crescimento do e-commerce quanto por melhorias na infraestrutura”, afirma a executiva.
Ainda conforme a Newmark, a ampliação dos estoques fora do Sudeste tende a estimular o interesse de empresas que buscam diversificação de rotas, redução de custos operacionais e proximidade com mercados consumidores em crescimento. O relatório também indica que o movimento de interiorização e regionalização da ocupação logística deve se manter ao longo do ano, com novas entregas previstas em áreas secundárias, mas com alto potencial estratégico.