
A administração de embalagens está entre os principais gargalos operacionais da rotina de produtores. A Alfa Citrus, produtora e comerciante de laranja, tangerina e limão, adotou o sistema de compartilhamento de caixas retornáveis da empresa HB Pooling, e afirma ter resolvido dois desafios de sua operação: a perda de embalagens utilizadas no transporte dos produtos para os varejistas e o alto custo logístico causado pelo uso de múltiplos tipos de embalagens.
Com a mudança, a companhia, que é uma das cinco maiores produtoras de laranja do Brasil, afirma que o uso do sistema de pooling reduziu desperdícios, simplificou suas operações, melhorou a produtividade e economizou no transporte de frutas frescas para o varejo.
Emílio Fávero, proprietário da Alfa Citrus, lembra que antes das embalagens retornáveis, era preciso lidar com diferentes tipos de caixas: algumas próprias, outras específicas exigidas por diferentes redes varejistas e ainda modelos alugados ou adquiridos para atender a demandas pontuais. O transporte da produção até os varejistas e centrais de abastecimento era marcado por desperdícios, caixas perdidas e discussões frequentes com redes varejistas pelo retorno das embalagens.
"A caixa sempre foi um grande problema, seja pela organização ou pela administração desses ativos. O controle era difícil, a perda de caixas era frequente e parte relevante do custo logístico vinha do extravio e da falta de padronização", relata.
A virada veio após a adoção do compartilhamento de embalagens padronizadas e reutilizáveis da empresa HB Pooling. Segundo Fávero, o modelo de serviço proporcionou uma logística reversa mais eficiente. Hoje, ao entregar as frutas, a Alfa Citrus tem a devolução das caixas garantida e sob controle, o que reduziu perdas materiais e otimizou os processos internos.
Como funciona o sistema
Com o sistema, as frutas saem do packing house da produtora já nas caixas padronizadas e seguem para os centros de distribuição das redes varejistas. Depois disso, retornam para serem higienizadas pela HB pooling e ficam prontas para o reuso, consolidando o ciclo de logística reversa.
Além de facilitar o fluxo operacional, a padronização das embalagens elevou a eficiência operacional da Alfa Citrus porque não é mais preciso separar, trocar ou administrar múltiplos tipos de embalagens. Com isso, o custo caiu.
"Testamos diversas alternativas de embalagens e o modelo de pooling se provou ser o mais econômico. Além disso, a produtividade aumentou e o controle contínuo dos ativos realizado pela HB tirou a nossa dor de cabeça de ficar controlando cada caixa que chega e sai", afirma Fávero.

Benefícios ambientais
Os efeitos também foram ambientais: a diminuição das perdas contribuiu para a sustentabilidade da cadeia e o melhor aproveitamento da estrutura logística reflete em menos resíduos e maior vida útil das embalagens. A Alfa Citrus, que beneficia cerca de 60 mil toneladas de frutas por ano e abastece as principais redes do país, utiliza ainda os resíduos das operações para compostagem, reforçando o compromisso com boas práticas agrícolas.
Para Fávero, a logística eficiente passou a ser critério estratégico no agronegócio brasileiro, especialmente diante dos desafios impostos por doenças como o greening. "Com modernas áreas de cultivo e olhar atento à gestão, acreditamos que a inovação em embalagens nos ajuda a fortalecer tanto o negócio quanto a sustentabilidade do setor cítrico nacional", aponta.
A CEO da HB Pooling, Ana Miranda, explica que a devolução das embalagens geridas pela empresa ocorre de forma coordenada entre varejista, distribuidor e a Alfa Citrus, tornando a redução do extravio mais perceptível. "Hoje, a Alfa Citrus tem menos perdas de caixa, maior controle de estoque e menos interrupções por falta de embalagens. Além disso, a padronização entre fornecedores e compradores eliminou a necessidade de múltiplos tipos de caixas simultâneas, simplificando as atividades e ampliando a produtividade interna", resume.
Sediada na cidade do interior paulista Engenheiro Coelho, a Alfa Citrus mantém cerca de 2.400 hectares de área plantada, bem como processos internos que garantem a classificação e separação em categorias de qualidade, além do reuso dos resíduos para compostagem. São mais de 60 mil toneladas de frutas beneficiadas anualmente, grande parte destinada à categoria in natura para varejistas.