
A Marmara e a Marka Prime deram início ao desenvolvimento de um complexo logístico em Arujá com mais de 600 mil m² de terreno e previsão de ultrapassar 100 mil m² de área bruta locável. O empreendimento surge em um momento de reorganização do fluxo de cargas na região metropolitana de São Paulo, marcado pelo avanço das obras do Rodoanel Norte e pela mudança no modelo de cobrança de pedágio da Rodovia Presidente Dutra.
O setor logístico local passa por um redesenho relevante devido à entrada em operação do primeiro trecho do Rodoanel Norte, que conecta a Dutra à rodovia Fernão Dias. A conclusão integral do anel viário está prevista para o fim do próximo ano, ampliando o acesso direto às rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Marginais e demais corredores de distribuição do estado. Para operadores logísticos, essa conexão tende a redistribuir os fluxos hoje concentrados na Dutra e reduzir impactos das restrições de circulação de caminhões em São Paulo.
O novo traçado também contará com alça direta para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, a partir da Avenida Candea. A expectativa do setor é que parte significativa do tráfego aeroportuário passe a utilizar o Rodoanel, modificando rotas usuais e ampliando a exposição do empreendimento em Arujá.
Paralelamente, a Dutra adota o sistema de pedágio free flow, modelo que distribui a cobrança ao longo do percurso. Com isso, a tarifa antes associada ao antigo pedágio de Arujá perde influência na decisão de localização. Para veículos que acessam a via a partir da Marginal Tietê, grande parte do valor correspondente ao trecho Guarulhos–Arujá já é debitada automaticamente, o que reduz a percepção de custo adicional para empresas instaladas mais adiante no corredor.
Essa alteração na matriz de custos aproxima ainda mais os valores de locação entre Arujá e Guarulhos. Enquanto Guarulhos registra pedidos acima de R$ 42/m², Cajamar — impactada por uma das tarifas mais altas de pedágio para quem deixa São Paulo — aparece próxima de R$ 40/m². A tendência é que Arujá reduza a diferença histórica em relação a Guarulhos e passe a disputar de forma mais direta operações de distribuição e armazenagem.
O lançamento do complexo ocorre após a venda do Cylog Guarulhos, estruturado por Marmara e Marka Prime em 2020, ao Banco Pátria por valor superior a R$ 500 milhões. A transação reforça o apetite institucional por galpões logísticos e amplia a visibilidade sobre o novo ciclo de investimentos das empresas em Arujá.