O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) divulgou as conclusões da edição 2025 do relatório State of Logistics, elaborado pela consultoria Kearney e apresentado pela Penske Logistics. O estudo examina a estrutura da logística nos Estados Unidos e seus impactos econômicos em um cenário caracterizado por volatilidade e transformações tecnológicas.
O relatório mostra que empresas do setor continuam a operar em um ambiente instável, com incertezas tanto no plano econômico quanto na cadeia de suprimentos. O contexto é de mudanças rápidas, em que previsões e estratégias são frequentemente revistas. O documento aponta para um otimismo contido por parte dos agentes econômicos, sustentado por uma demanda variável e pela necessidade contínua de adaptação.
Entre os principais dados apresentados, destacam-se:
Os custos logísticos empresariais dos Estados Unidos alcançaram US$ 2,6 trilhões em 2024, o que corresponde a 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2023, os números foram de US$ 2,3 trilhões, também equivalentes a 8,7% do PIB.
O setor logístico americano retornou a padrões operacionais anteriores à pandemia em algumas áreas. No entanto, enfrentou estabilidade nos volumes de movimentação, excesso de capacidade no transporte rodoviário e aumento nos custos operacionais.
O comércio eletrônico seguiu em crescimento acelerado, com as vendas globais no varejo digital chegando a aproximadamente US$ 6,3 trilhões. O avanço tem impulsionado mudanças nos processos de armazenagem, demanda por transporte aéreo e estratégias de entrega de última milha.
Tensões geopolíticas, mudanças nas tarifas e alterações em regulamentações comerciais resultaram em tempos de trânsito mais longos, maior volatilidade nas tarifas de frete marítimo, aumento no uso de fornecedores logísticos terceirizados e dificuldades no cumprimento de prazos de entrega domésticos.
O México tornou-se o principal parceiro comercial dos Estados Unidos em 2024, superando a China. As transações entre os dois países somaram US$ 840 bilhões, um crescimento de 6% em comparação ao ano anterior.
O investimento em tecnologias aplicadas à cadeia de suprimentos permanece como um eixo estratégico. Análise de dados, inteligência artificial, robótica e automação foram citadas como áreas prioritárias para líderes do setor.
Mark Baxa, presidente e CEO do CSCMP, destacou que os profissionais da cadeia de suprimentos estão operando em um ambiente de mudanças constantes, com desafios associados à capacidade, aos fluxos comerciais e às exigências do mercado. Segundo ele, o relatório fornece dados e orientações para tomada de decisão em um cenário marcado por transformações e restrições operacionais.
Korhan Acar, sócio da Kearney e principal autor do relatório, afirmou que a resiliência deve ser compreendida como uma exigência estrutural, e não como medida pontual. Ele ressalta que a incorporação de soluções de longo prazo é indispensável em um ambiente definido por interrupções frequentes.
Andy Moses, vice-presidente sênior de soluções e estratégia de vendas da Penske Logistics, comentou que o relatório oferece uma base sólida de informações para orientar os esforços de adaptação e resposta das empresas, com apoio de tecnologias e estratégias de capacidade flexível.
A Penske Logistics, responsável pela apresentação do relatório, integra a Penske Transportation Solutions e atua na gestão de transportes, centros de distribuição, fretes e soluções tecnológicas em logística. A Kearney é uma consultoria de gestão com presença global, parceira de empresas e governos em iniciativas estratégicas. Já o CSCMP é uma organização voltada ao desenvolvimento e à educação de profissionais da cadeia de suprimentos, com mais de 10 mil membros em 62 países.