A 4ª edição do Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas, divulgada pela transportadora digital Freto, aponta uma leve recuperação na percepção dos motoristas sobre a profissão em 2025. A nota média geral subiu de 4,03 em 2024 para 4,28 neste ano, em uma escala de 0 a 10. O índice, criado em 2022, acumula uma alta de 21% desde sua primeira edição, quando a média era de 3,55.
A pesquisa foi realizada com 730 caminhoneiros de todas as regiões do Brasil, entrevistados na primeira quinzena de julho. O levantamento avalia sete aspectos do cotidiano dos motoristas profissionais: preço do frete, condição das estradas, carga horária de trabalho, pontos de parada e descanso, preço dos combustíveis, segurança nas estradas e volume de trânsito.
Entre os temas analisados, a segurança nas estradas manteve a pior nota. O indicador registrou 2,52 em 2025, uma queda de 15% em relação a 2022 (2,98), e reforça a percepção de vulnerabilidade no exercício da atividade. Segundo o estudo, o tema segue como um dos principais fatores de insatisfação na categoria, mesmo com variações positivas em outras frentes.
Em contrapartida, houve melhora nas avaliações sobre o preço do frete, que passou de 4,06 em 2022 para 5,60 neste ano, e sobre a condição das estradas, que subiu de 3,46 para 4,16 no mesmo período. A percepção sobre o preço dos combustíveis também avançou, de 1,84 em 2022 para 3,56 em 2025, embora o item continue sendo citado como um dos entraves à rentabilidade no transporte rodoviário.
A carga horária de trabalho foi o item com a melhor nota do índice, alcançando 6,61 em 2025, com leve recuo em relação ao ano anterior (6,70). Os pontos de parada e descanso foram avaliados em 3,66, contra 3,51 em 2024. O volume de trânsito também apresentou melhora na percepção dos entrevistados, subindo de 3,74 para 3,86.
O histórico do índice revela oscilações ao longo do tempo. Após a criação da pesquisa em 2022, o índice geral atingiu 5,58 em 2023, refletindo um momento de maior otimismo diante de promessas de mudanças no setor. No entanto, a média caiu em 2024, indicando frustrações relacionadas à estagnação de políticas voltadas à infraestrutura e à segurança.
De acordo com Thomas Gautier, CEO do Freto, apesar dos avanços em indicadores como preço do frete e qualidade das vias, os dados reforçam que há questões estruturais que ainda afetam o dia a dia dos profissionais. Para ele, além da atuação do poder público, há oportunidades para o setor privado desenvolver soluções logísticas que gerem impactos práticos.
O Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas utiliza a média simples das notas atribuídas pelos motoristas para cada um dos sete temas avaliados. As pontuações variam de 0 (péssimo) a 10 (excelente). A iniciativa tem como objetivo monitorar a percepção da categoria e oferecer insumos para políticas e práticas relacionadas ao transporte rodoviário de cargas.