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Liderança que transforma desafios em oportunidades na cadeia de suprimentos

Por Laura Borges em 10 de dezembro de 2025 às 8h46
Laura Borges
Laura Borges, diretora de Supply Chain na Mosaic

A cadeia de suprimentos está passando por uma profunda transformação. Muito além da adoção de novas tecnologias ou da revisão de processos, ela envolve, sobretudo, uma nova maneira de enxergar as pessoas e o impacto que entregamos diariamente. O que antes era visto majoritariamente como uma função operacional, tornou-se um eixo estratégico das organizações. Hoje, garantir que os produtos cheguem ao destino certo, no tempo certo e com o menor custo possível é sinônimo de competitividade.

Em um ambiente marcado por volatilidade, pressão contínua por eficiência e resiliência, e necessidade crescente de integração, liderar em Supply Chain significa conectar estratégia e execução, decisões e dados, pessoas e propósito. Ser reconhecida como uma das Top 10 Executivas de Supply Chain é, antes de qualquer celebração, um convite à reflexão sobre o que realmente transforma uma operação. Esse tipo de reconhecimento mostra que o impacto gerado ao longo da cadeia não depende apenas de tecnologias avançadas ou de indicadores robustos, mas sim de pessoas.

A construção de uma cadeia de suprimentos de alto desempenho exige visão sistêmica, capacidade de adaptação e, sobretudo, colaboração. Em um cenário onde o tempo é escasso e os riscos são crescentes, a integração entre áreas, a fluidez na comunicação e a clareza de propósito tornam-se diferenciais competitivos, gerando valor aos clientes. E isso só acontece quando há liderança que inspira, conecta e mobiliza.

Em setores como o agronegócio e a mineração, os desafios são ainda mais complexos e vão além da logística tradicional. Sazonalidade, mudanças climáticas, restrições logísticas, longas distâncias, exigências regulatórias e a pressão crescente por sustentabilidade influenciam diretamente o desempenho de toda a operação. Enfrentar cenários tão desafiadores exige colaboração genuína, comunicação aberta e um senso de responsabilidade compartilhado. É assim que nascem soluções que contribuem com o negócio e relações de confiança que permeiam toda a cadeia. Nesse contexto, a liderança feminina assume um papel estratégico, não somente pela representatividade, mas pela capacidade de trazer novas perspectivas, promover ambientes inclusivos, e tomar decisões com empatia e assertividade.

Transformar desafios em oportunidades é mais do que um lema a ser levado em conta. Trata-se de um exercício diário, que envolve escuta ativa, coragem para mudar e compromisso com o impacto gerado ao longo de toda a cadeia, seja no engajamento interno, como também na relação com parceiros e comunidades. E esse impacto, quando reconhecido por todas as partes interessadas, não pertence a uma única pessoa. É reflexo do trabalho coletivo, da confiança construída e da cultura que valoriza a excelência com propósito.

Embora a evolução das cadeias de suprimento passe pela tecnologia, especialmente com o avanço da automação, da inteligência artificial e da análise preditiva, essas ferramentas só funcionam quando encontram um ambiente preparado para utilizá-las de forma estratégica. O futuro do Supply Chain dependerá cada vez mais dessa combinação: a integração de ferramentas digitais com habilidades humanas. Times engajados, lideranças conectadas, processos bem desenhados e clareza de propósito continuam sendo as bases sobre as quais a transformação se sustenta.

Seguir construindo uma cadeia de suprimentos eficiente, resiliente e sustentável significa olhar para além dos indicadores. Diz respeito a valorizar as relações, o diálogo, a escuta ativa e a colaboração. Também de reconhecer que cada etapa, cada processo e cada decisão impactam vidas e ajudam a moldar o futuro das operações globais. Essa é a visão que deve guiar o próximo capítulo da evolução do Supply Chain. E é nela que continuamos avançando: com propósito, com consistência e com a certeza de que pessoas seguem sendo o elo mais importante dessa jornada.

 

* Laura Borges é diretora de Supply Chain na Mosaic, uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados.

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