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Plano Nacional de Logística 2025 exclui obras na BR-319 e em hidrovias do Amazonas

Entidades apontam omissão histórica e ausência de ações estruturantes para reduzir desigualdades regionais
Por Redação em 17 de junho de 2025 às 7h46
Plano Nacional de Logística 2025 exclui obras na BR-319 e em hidrovias do Amazonas
Foto: Reprodução/Aleam
Foto: Reprodução/Aleam

O Plano Nacional de Logística 2025 (PNL 2025), elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), reconhece a relevância estratégica da BR-319 e das hidrovias do Amazonas, mas não inclui intervenções concretas nesses modais. A ausência de projetos reforça impasses históricos e limita a integração logística da região Norte.

A BR-319, rodovia que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO), segue com o trecho central de 405,7 quilômetros sem previsão de pavimentação. Este segmento liga o km 250,7, nas proximidades do Rio Igapó-Açu, ao km 656,4, na conexão com a BR-230, em Humaitá (AM). O impasse jurídico e ambiental continua sendo o principal obstáculo à execução da obra.

De acordo com análises técnicas, a exclusão da BR-319 do PNL evidencia a concentração de investimentos logísticos nas regiões Sudeste e Sul, em detrimento da Amazônia. O elevado custo de transporte interno, a falta de intermodalidade e a baixa competitividade da Zona Franca de Manaus são apontados como reflexos diretos dessa omissão.

A rodovia também é considerada fundamental para a redução do isolamento da região Norte durante os períodos de estiagem severa, quando os rios sofrem com a queda do nível da água, impactando diretamente o abastecimento e o transporte de cargas.

No caso das hidrovias, o PNL classifica os rios Solimões-Amazonas e Madeira como vias “sem restrições de capacidade”. No entanto, avaliações de especialistas indicam que a infraestrutura desses corredores fluviais é insuficiente para garantir navegabilidade durante todo o ano. Faltam portos estruturados, balizamento contínuo, dragagem periódica e atualização de cartas náuticas, o que compromete a segurança da navegação e o escoamento eficiente da produção.

A ausência de uma política nacional de modernização hidroviária também é citada como um dos principais gargalos logísticos da região. Não há, no plano federal, previsão de obras de dragagem ou ampliação de terminais fluviais no Amazonas, mesmo diante do crescimento da demanda por transporte de grãos e combustíveis.

A elaboração do plano também tem sido alvo de críticas pela falta de participação social efetiva. Em audiência pública realizada em Manaus no final de abril, apenas uma manifestação foi registrada, sem abertura para debate aprofundado. Especialistas apontam que o formato adotado não contemplou as especificidades da região.

No PNL 2025, a BR-319 é mencionada apenas como parte da Carteira de Estudos, com um trecho de 807,1 km listado como “em análise”. As sugestões encaminhadas durante a consulta pública foram classificadas como itens a serem apreciados futuramente, sem definição de cronograma, recursos ou metas claras.

Entidades que acompanham o tema denunciam a falta de compromisso efetivo com a obra e cobram ações concretas por parte do governo federal. A avaliação é que a BR-319 só ganha visibilidade em períodos eleitorais e permanece fora da lista de prioridades estruturantes. Também é cobrada maior atuação dos parlamentares da região na defesa de investimentos para a rodovia.

A exclusão da BR-319 e a ausência de projetos para as hidrovias do Amazonas no PNL 2025 são apontadas como falhas graves do planejamento nacional, com impacto direto no desenvolvimento regional, no custo logístico e na competitividade da Amazônia no cenário econômico nacional.

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