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Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana

Nova etapa amplia escopo territorial e produtivo do planejamento logístico voltado à integração com países da América do Sul
Por Redação em 31 de julho de 2025 às 7h17
Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana
Foto: Washington Costa/Arquivo
Foto: Washington Costa/Arquivo

O Governo Federal, por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento, divulgou nesta segunda-feira (28/7) o Relatório 2025 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana. O documento marca a incorporação das 16 unidades da Federação que não fazem fronteira com países da América do Sul ao planejamento nacional de infraestrutura e logística voltado à integração regional.

A ampliação representa a terceira fase do projeto e tem como foco a inclusão de regiões que, até então, estavam fora do escopo principal do programa. As novas diretrizes visam conectar cadeias produtivas de todo o território brasileiro às rotas comerciais do continente e ampliar o acesso à costa do Pacífico, por meio da articulação multimodal da malha logística nacional.

Segundo o Ministério, as unidades da Federação incorporadas nesta etapa somam mais de 3,1 milhões de km², equivalentes a aproximadamente 36% da área total do país. Juntas, essas regiões concentram cerca de 150,9 milhões de habitantes, o que representa 74% da população brasileira. Em 2024, os 16 estados e o Distrito Federal exportaram US$ 24,3 bilhões e importaram US$ 16 bilhões em transações com países da América do Sul.

De acordo com o relatório, 52% das exportações brasileiras para a América do Sul são feitas por rodovias, sendo que os estados não fronteiriços são responsáveis por 66% desse fluxo comercial. O estado de São Paulo responde por 62% das exportações e 29% das importações desses entes. Somado a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Sudeste representa 87% das vendas e 84% das compras da região.

O secretário de Articulação Institucional, João Villaverde, destacou o papel estratégico das rotas bioceânicas na reconfiguração geoeconômica do Brasil: “Em 2025, olhar para a América do Sul e para o Pacífico é uma necessidade concreta. Pela primeira vez, os principais sócios comerciais do Brasil estão no Pacífico. Ao mesmo tempo, os portos brasileiros no Atlântico podem servir como escoadouros para os países vizinhos.”

A nova fase do programa foi elaborada a partir de processo de escuta envolvendo governos estaduais, órgãos federais, entidades de controle e representantes do setor produtivo. Com base nas contribuições, foram identificadas iniciativas em curso ou previstas no Novo PAC que se articulam com os objetivos do projeto. Está prevista a criação de uma Sala de Situação para monitoramento das ações, com o objetivo de aumentar a precisão e a agilidade na execução.

Cada estado participante apresentou propostas alinhadas à sua estrutura produtiva. No Sudeste, destacam-se iniciativas voltadas à exportação industrial, ao setor automotivo, à biotecnologia e aos produtos de alto valor agregado. No Nordeste, as ações envolvem cadeias produtivas locais, com ênfase em logística e turismo. No Norte e no Centro-Oeste, as demandas priorizam a integração multimodal e o fortalecimento de modais rodoviário e ferroviário.

Vários projetos identificados nas fases anteriores do programa já contam com financiamento público ou privado, por meio do Orçamento da União, do BNDES ou de investidores. A expansão do escopo permitiu o mapeamento de novas possibilidades de financiamento, incluindo Fundos Constitucionais de Financiamento (FCFs) e ações previstas nos Planos Plurianuais dos estados.

A política de interiorização das Rotas de Integração Sul-Americana está vinculada aos princípios da estratégia nacional de desenvolvimento, que busca promover a articulação dos espaços produtivos e logísticos do país de forma integrada. A proposta rompe com a lógica histórica de concentração voltada exclusivamente ao litoral atlântico, ao passo que estabelece conexões transcontinentais com o Pacífico.

O Ministério do Planejamento ressalta que a integração regional está associada a metas de geração de emprego, ampliação da renda, inclusão e melhoria das condições sociais. As rotas bioceânicas são tratadas como instrumentos para fortalecer a soberania e a segurança, em sinergia com a política externa e os compromissos de sustentabilidade assumidos pelo país.

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