Ibovespa
139.636,41 pts
(0,32%)
Dólar comercial
R$ 5,66
(-0,25%)
Dólar turismo
R$ 5,87
(-0,49%)
Euro
R$ 6,36
(0,56%)

Modelo de contratação de motoristas no Brasil deve passar por mudanças estruturais, aponta ILOS

Pesquisa indica envelhecimento da categoria e baixa entrada de novos profissionais no setor de transporte rodoviário
Por Redação em 19 de maio de 2025 às 7h57
Modelo de contratação de motoristas no Brasil deve passar por mudanças estruturais, aponta ILOS
Foto: Reprodução/Pixabay
Foto: Reprodução/Pixabay

Estudo conduzido pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) aponta para a necessidade de mudanças no modelo de contratação de motoristas de caminhão no Brasil. De acordo com o levantamento, o país tem registrado um envelhecimento progressivo da força de trabalho no setor e uma participação reduzida de profissionais em início de carreira.

Segundo Mauricio Lima, sócio-diretor do ILOS, o setor enfrenta uma diminuição constante na quantidade de motoristas disponíveis, especialmente entre os mais jovens. Em 2024, apenas 4,11% dos motoristas tinham até 30 anos, enquanto 11,05% estavam acima dos 70 anos. Os dados indicam um deslocamento etário da categoria para faixas mais avançadas.

Entre 2018 e 2021, o mercado já havia registrado queda na disponibilidade de profissionais, tendência que se intensificou ao longo da década. Em 2014, o Brasil contava com aproximadamente 5,5 milhões de motoristas de caminhão. Em 2024, o número caiu para 4,4 milhões, representando uma redução de 20% em dez anos.

A distribuição etária dos motoristas em 2024 reforça o cenário de envelhecimento da categoria:

  • 18 a 30 anos: 181 mil

  • 31 a 40 anos: 576 mil

  • 51 a 60 anos: 1,22 milhão

  • 61 a 70 anos: 898 mil

  • Acima de 70 anos: 468 mil

Lima afirma que a principal dificuldade do setor não é a evasão dos profissionais para outras áreas, mas sim a baixa atração de novos talentos. Um dos fatores que contribui para esse cenário, segundo ele, é o modelo predominante de contratação no Brasil, baseado na atuação de motoristas autônomos, que precisam arcar com o investimento em veículos próprios.

A projeção do ILOS é que esse modelo tende a perder força nos próximos anos. A expectativa é que as empresas do setor logístico passem a investir diretamente na aquisição de veículos, assumindo o papel de contratantes diretas dos motoristas. Essa prática já ocorre em determinadas regiões do país, especialmente no interior, e pode se expandir como alternativa para garantir a continuidade da operação de transporte.

Do ponto de vista da frota, o cenário atual não apresenta restrições. Em 2024, o número de novos caminhões licenciados chegou a 120 mil unidades, o que representa um aumento líquido de 65 mil veículos. A disponibilidade de caminhões não é considerada um gargalo no momento, apesar do alerta para a oferta futura de mão de obra qualificada para condução desses veículos.

Usamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência, analisar estatísticas e personalizar a publicidade. Ao prosseguir no site, você concorda com esse uso, em conformidade com a Política de Privacidade.
Aceitar
Gerenciar