A transformação do mercado de trabalho no México e em outros países da América Latina está gerando um alerta sobre a adequação das habilidades profissionais às novas demandas. De acordo com o estudo "Escasez de talento México 2025", realizado pelo Manpower Group, aproximadamente 40% das habilidades atualmente exigidas dos trabalhadores mexicanos estarão obsoletas ou precisarão ser transformadas até 2030.
O levantamento aponta que quase três em cada quatro empregadores no mundo relatam dificuldades em encontrar profissionais com as competências necessárias. Esse índice representa um crescimento de 36% em comparação a 2024.
As áreas de transporte, logística, indústria automotiva e tecnologias da informação estão entre as que mais enfrentam escassez de mão de obra especializada. No panorama global, os cargos relacionados a operações e logística estão entre os mais difíceis de preencher.
Na América Latina, o Brasil lidera o ranking de escassez de talentos, seguido por Guatemala, Costa Rica e México, que ocupa a quarta posição.
De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial e do Instituto Mexicano para a Competitividade (IMCO), o México ocupa o quarto lugar entre os países com maior percentual de habilidades em risco de obsolescência até 2030, atrás apenas de Egito, Turquia e Colômbia.
Os percentuais de transformação de habilidades essenciais nos próximos anos, por país, são os seguintes:
Egito: 48%
Turquia: 44%
Colômbia: 44%
México: 40%
Brasil: 37%
Vietnã: 37%
Estados Unidos: 35%
Polônia: 31%
O estudo destaca que essa transformação não é apenas marginal, mas estrutural, exigindo a revisão dos processos de contratação, formação e desenvolvimento de talentos.
O avanço de tecnologias como a inteligência artificial generativa tem impulsionado a automação de tarefas cognitivas, antes restritas a profissionais altamente especializados. Esse movimento reforça a necessidade de atualização contínua das habilidades técnicas.
O estudo "Future of Work: Rediseñar para seguir creciendo", elaborado por Endeavor em parceria com a Skala, indica que a transformação do mundo do trabalho também está alterando a forma como as empresas identificam, valorizam e selecionam talentos.
Entre as competências mais escassas no mercado, segundo as empresas entrevistadas, estão:
Alfabetização em inteligência artificial e Big Data
Inovação e pensamento estratégico
Liderança e gestão de equipes
Data Science e análise de dados
Influência social e liderança
Flexibilidade e agilidade
Programação e desenvolvimento de software
Comunicação e marketing digital
No setor de logística, os empregadores indicam que as cinco principais habilidades exigidas atualmente são:
Pensamento estratégico
Organização
Comunicação
Resolução de problemas
Tolerância ao estresse
Diante desse cenário, a recomendação dos especialistas é adotar modelos de recrutamento voltados para perfis híbridos, que combinem competências humanas, técnicas e digitais. As organizações precisarão de profissionais mais preparados para atuar em processos de automação e digitalização, com foco em adaptabilidade e capacidade de aprendizado contínuo.