Ibovespa
159.215,67 pts
(0,09%)
Dólar comercial
R$ 5,41
(-1,07%)
Dólar turismo
R$ 5,63
(-0,98%)
Euro
R$ 6,36
(-0,44%)

Levantamento da CNI indica que logística e juros seguem como principais entraves às exportações brasileiras

Pesquisa identifica aumento da pressão por custos operacionais, limitações estruturais e barreiras regulatórias que afetam a presença do país no comércio internacional.
Por Redação em 11 de dezembro de 2025 às 7h29
Levantamento da CNI indica que logística e juros seguem como principais entraves às exportações brasileiras
Foto: Reprodução/Freepik
Foto: Reprodução/Freepik

Os custos logísticos continuam sendo o principal obstáculo às exportações brasileiras, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 9 de dezembro. A pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras mostra que o transporte internacional é o fator de maior impacto para 58,2% das empresas exportadoras entrevistadas. A análise inclui 50 diferentes entraves e reúne percepções de empresas que atuaram no mercado externo nos últimos dois anos.

A ineficiência dos portos aparece como o segundo maior entrave, mencionada por 48,5% dos participantes. Em seguida, surgem limitações de rotas de navegação, disponibilidade de espaço ou contêineres (47,7%) e as tarifas cobradas pelos portos (46,2%). A volatilidade cambial, apontada por 41,8%, é o primeiro item fora do campo logístico a figurar entre os maiores desafios.

De acordo com a CNI, as questões internas seguem influenciando a competitividade da indústria brasileira. A entidade afirma que o conjunto de entraves estruturais se soma a um ambiente externo marcado por tensões comerciais e mudanças nas políticas de comércio de países parceiros. Segundo o relatório, a combinação desses elementos limita a expansão da presença do Brasil em mercados de maior demanda.

Ao analisar o acesso a mercados externos, a pesquisa indica que a ausência de acordos comerciais com países de destino das exportações é o principal entrave para 25,8% das empresas. Barreiras tarifárias (22,7%) e não tarifárias (21,7%) também são apontadas com frequência, além da abrangência considerada insuficiente dos acordos vigentes (20,9%). Regulamentações ambientais e de sustentabilidade no exterior foram mencionadas por 9,7%.

Do total de empresas consultadas, 31% relatam ter enfrentado barreiras nos mercados de destino. Entre essas, 67,2% apontam as tarifas de importação como principal fator limitante. Também são citadas burocracia aduaneira (37,8%), normas técnicas (37%), medidas de defesa comercial (28,6%) e exigências sanitárias e fitossanitárias (25,2%). Os Estados Unidos e a China foram identificados como os principais países com os quais o Brasil deveria priorizar negociações de acordos de cooperação e facilitação de investimentos.

Aspectos tributários também aparecem como pontos críticos. Para 32,1% das empresas, a tributação incidente na importação de serviços usados em operações de exportação representa um entrave relevante. A pesquisa destaca ainda a complexidade de regimes especiais, dificuldades no ressarcimento de créditos tributários e baixa adesão a instrumentos como o Drawback, em razão de exigências documentais e falta de informação.

No campo regulatório, 29,1% das empresas classificam a insegurança jurídica como entrave crítico. Leis conflitantes, múltiplas interpretações e normas descentralizadas são citadas por 25% dos respondentes. Para a CNI, a simplificação regulatória é necessária para reduzir riscos e melhorar a previsibilidade das operações.

Processos burocráticos seguem entre os principais pontos de atenção. O excesso e a complexidade de documentos foram citados por 27,3% das empresas, enquanto 26% mencionaram a ausência de janela única de inspeções e 25% apontaram falta de integração entre órgãos envolvidos no comércio exterior. O relatório indica que, apesar de avanços, aumentou a percepção de criticidade desses fatores.

A comparação com a edição de 2022 mostra manutenção do transporte internacional como o maior entrave, embora em patamar um pouco inferior (60,7% em 2022, contra 58,2% em 2025). Em contrapartida, a ineficiência portuária, que ocupava a 14ª posição em 2022, avançou para a segunda colocação neste ano, com aumento significativo das menções. Já o custo do transporte doméstico apresentou melhora pontual na nova pesquisa.

A partir dos resultados, a CNI apresenta propostas para ampliar a competitividade das exportações. Entre as medidas, estão a modernização do financiamento às exportações; simplificação de regimes especiais; adoção de sistemas integrados como a Janela Única Aquaviária e o Sistema Comunitário Portuário; revisão de tarifas portuárias; conclusão da implementação do Portal Único de Comércio Exterior; fortalecimento do Programa OEA; ampliação de acordos comerciais do Mercosul; e criação de mecanismos de governança e monitoramento, como um Observatório da Competitividade das Exportações vinculado à Camex.

Usamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência, analisar estatísticas e personalizar a publicidade. Ao prosseguir no site, você concorda com esse uso, em conformidade com a Política de Privacidade.
Aceitar
Gerenciar