O projeto busca estabelecer uma rota de transporte de cargas entre o Centro-Sul e o Nordeste do país, com conexão a outros modais logísticos, como ferrovias e rodovias. A iniciativa será executada em três etapas, começando pelo trecho de 604 quilômetros de Juazeiro e Petrolina até Ibotirama (BA), passando por Sobradinho (BA). As cargas desse trecho inicial serão transportadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos os Santos (BA).
Na segunda etapa, a hidrovia será ampliada para cobrir 172 quilômetros navegáveis entre Ibotirama e os municípios baianos de Bom Jesus da Lapa e Cariacá, com conexão ferroviária aos portos de Ilhéus (BA) e Aratu-Candeias. A terceira etapa prevê a extensão da hidrovia por mais 670 quilômetros, entre Bom Jesus da Lapa, Cariacá e Pirapora (MG).
O projeto inclui a descentralização da gestão da hidrovia para a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba). A formalização da delegação está prevista para ocorrer ainda em junho, com início dos estudos técnicos em conjunto com a Infra S.A.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), as principais cargas previstas para transporte são insumos agrícolas, gesso, gipsita, calcário, grãos, bebidas, minério e sal. O projeto também prevê benefícios logísticos ao integrar o modal hidroviário com a malha ferroviária e rodoviária da região.
A hidrovia irá atender uma área que abrange 505 municípios e uma população estimada em 11,4 milhões de pessoas. O percurso segue o leito do Rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e atravessa estados como Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, a nova hidrovia faz parte de uma estratégia de integração logística nacional e de incentivo ao uso de modais de menor impacto ambiental no transporte de cargas.