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Governo de SP critica modelo de leilão do Tecon Santos 10 e alerta para risco à logística estadual

Administração Tarcísio vê ameaça à concorrência e eficiência do Porto de Santos com regras atuais propostas pelo governo federal
Por Redação em 10 de junho de 2025 às 7h12
Governo de SP critica modelo de leilão do Tecon Santos 10 e alerta para risco à logística estadual
Foto: Marco Galvão/Alesp
Foto: Marco Galvão/Alesp

O governo do Estado de São Paulo manifestou formalmente sua oposição ao modelo de leilão em duas etapas proposto pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) para o terminal de contêineres Tecon Santos 10, no Porto de Santos. Em ofício enviado nesta quinta-feira (5) a autoridades federais, a gestão de Tarcísio de Freitas afirma que a restrição à participação de empresas já atuantes no porto, prevista para a primeira fase do certame, “ameaça a logística” do estado.

Segundo a proposta enviada pelo MPor ao Tribunal de Contas da União (TCU), a primeira etapa do leilão será limitada a empresas que ainda não operam no Porto de Santos. Somente na ausência de propostas válidas nessa fase é que operadores atuais poderão participar, em uma segunda rodada. A medida visa evitar concentração de mercado, mas gerou reações negativas por parte do governo paulista.

Concorrência limitada e riscos logísticos

No ofício, assinado pelos secretários Rafael Benini (Parcerias em Investimentos) e Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), o governo estadual alega que o modelo restringe a concorrência e pode afastar agentes tecnicamente qualificados, comprometendo a eficiência e elevando os custos logísticos para o estado — que concentra parte significativa da produção industrial e agroindustrial do país.

“O complexo portuário é fundamental para a movimentação de cargas do Estado de São Paulo […]. Restrições excessivas no certame podem impactar negativamente a economia paulista e, por consequência, a nacional”, destaca o documento, que também critica o fato de o estado ter sido “surpreendido” pela sistemática aprovada na ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

Competência do Cade questionada

Outro ponto central do posicionamento é a alegação de que a análise de concentração de mercado deveria ser conduzida exclusivamente pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) — e não imposta previamente via edital. O governo paulista lembra ainda que a própria ANTAQ teria sugerido alternativas menos restritivas, como a obrigatoriedade de desinvestimento em ativos para empresas que já atuam no porto e que eventualmente venham a arrematar o terminal na segunda fase.

Apoio à concorrência plena

O ofício foi enviado ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (do mesmo partido de Tarcísio, o Republicanos), ao relator do processo no TCU, ministro Antonio Anastasia, ao presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, e ao diretor-geral substituto da ANTAQ, Caio Farias. O objetivo é sensibilizar os órgãos reguladores para a necessidade de um modelo que preserve a concorrência plena desde o início da licitação.

Além do Tecon Santos 10, o governo de São Paulo também tem dialogado com Brasília sobre outros projetos estratégicos na região, como o Túnel Santos-Guarujá, reforçando seu interesse direto na governança e nos impactos dos ativos portuários no estado.

A expectativa agora é pela análise do TCU, que poderá sugerir modificações no modelo antes da publicação definitiva do edital.

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