A Autoridade Portuária de Santos (APS) assinou nesta terça-feira (14/10), em seu escritório em São Paulo, contrato com a Fundação Valenciaport para a elaboração de dois estudos estratégicos: o Plano de Descarbonização e o Plano Diretor Energético (PDE) do Porto de Santos. O prazo de entrega dos trabalhos é de 22 meses.
O Plano de Descarbonização estabelecerá diretrizes e metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em todo o complexo portuário da Baixada Santista — abrangendo as operações da APS, dos terminais, dos navios e dos modais rodoviário e ferroviário.
Já o PDE orientará a transição do Porto de Santos de uma matriz baseada em combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas e renováveis. O estudo vai mapear o consumo energético atual do complexo e propor ações para uma operação mais sustentável no futuro.
O plano também analisará a transição energética do transporte marítimo em escala global. Atualmente, apenas cerca de 10% da frota mundial está adaptada para combustíveis alternativos. Armadores internacionais já iniciam a produção de embarcações movidas a gás natural e hidrogênio, além de adaptar navios a diesel para tecnologias de menor emissão.
Segundo o presidente da APS, Anderson Pomini, o contrato representa um marco para o setor portuário brasileiro.
“São duas pautas que serão implementadas de forma inovadora no Porto de Santos. Este é um contrato muito importante, pois trará boas soluções para a transição energética do Porto no futuro”, afirmou.
O projeto será desenvolvido pela Fundação Valenciaport, centro de pesquisa vinculado à Autoridade Portuária de Valência (APV) — que administra os portos de Valência, Gandia e Sagunto, na Espanha.
“O Porto de Valência possui uma longa tradição em iniciativas ambientais e contribuirá significativamente para o processo de descarbonização do Porto de Santos”, destacou Antonio Torregrosa, diretor-geral da Fundação Valenciaport.
Desde sua criação, a instituição já desenvolveu projetos em mais de 60 países, especialmente na Europa, Ásia, América Latina e Mediterrâneo. O contrato com a APS prevê investimento de R$ 3,28 milhões.