
A movimentação do Porto de Itajaí (SC) entre janeiro e agosto de 2025 foi 127% superior à registrada em todo o ano anterior, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O terminal catarinense movimentou 2,5 milhões de toneladas nos primeiros oito meses do ano, frente a 1,1 milhão de toneladas em 2024. O aumento está relacionado às medidas de modernização das operações portuárias e à retomada das atividades logísticas no complexo.
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) apresentou nesta semana o cronograma de arrendamento definitivo do Porto de Itajaí, cuja modelagem técnica será encaminhada à Antaq ainda em novembro, e posteriormente ao Tribunal de Contas da União (TCU). O processo representa a transição do contrato temporário vigente para um modelo de gestão estável e de longo prazo, voltado à ampliação da capacidade operacional e à atração de investimentos privados.
Além do arrendamento, o Ministério trabalha na concessão do canal de acesso ao porto, prevista para início de 2026. A proposta seguirá o mesmo formato adotado no leilão do canal de Paranaguá (PR), realizado recentemente e que resultará em investimentos de R$ 1,2 bilhão.
O governo federal também iniciou a criação da Companhia Docas de Santa Catarina, que assumirá parte da administração portuária no estado. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a nova estrutura busca consolidar modernização, segurança e eficiência logística, além de ampliar a capacidade de movimentação de cargas e gerar impactos econômicos regionais positivos.
De acordo com Frederico Dias, diretor-geral da Antaq, a retomada das operações do porto foi viabilizada em 2023 por meio de um contrato transitório, implementado após um período de paralisação. O dirigente destacou que o próximo passo será o leilão do contrato definitivo, voltado a garantir novos investimentos e maior competitividade para o porto.
O secretário nacional de Portos do MPor, Alex Ávila, observou que o terminal de contêineres de Itajaí já teve papel relevante na exportação de proteína animal e na movimentação de carga geral. Após um período de inatividade de aproximadamente um ano e meio, a retomada das operações vem elevando os resultados operacionais. Segundo ele, a realização do leilão definitivo é essencial para recolocar Itajaí entre os principais portos brasileiros em desempenho e conectividade logística.