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Empresa brasileira desenvolve metodologia inédita para compensar crédito de carbono

Após cinco anos de desenvolvimento e expansão, a Greenline obteve validação exclusiva de sua metodologia
Por Redação em 23 de outubro de 2025 às 7h50
Empresa brasileira desenvolve metodologia inédita para compensar crédito de carbono
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A multinacional de origem brasileira Greenline desenvolveu um método exclusivo para compensar CO₂, a partir do cálculo do carbono líquido de matas nativas e áreas de preservação ambiental plenamente verificadas para isso.

A metodologia utilizada pela empresa é considerada inovadora por monitorar a evolução da vegetação encontrada nos biomas terrestres, sendo certificada pela Bureau Veritas – a mais antiga empresa credenciadora do mundo. "Nós usamos dados disponibilizados pelos satélites das agências espaciais americana (NASA), europeia (ESA) e outras. O que nos permite atingir um patamar de assertividade próximo de 100%", explica o fundador da Greenline, Lucio Lopez.

 

Mudanças na compensação de carbono

Até a homologação da Lei 15.042, que criou o setor e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), os dois principais métodos utilizados para a certificação de Crédito de Carbono eram o Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) e o Gold Standard.

Ambas as metodologias dependem de mão de obra em áreas de risco, o que é considerado subjetivo e questionável. "Com os dados recolhidos a partir dos satélites das maiores agências espaciais do mundo, nós garantimos uma precisão de 99,95% na mensuração dos volumes de sequestro de carbono, além de permitir avaliar índices de análise vegetal e ter acesso ao desenvolvimento das árvores nas florestas sem a intervenção humana. Isso diferencia a Greenline de outros players, que possuem métodos que já foram questionados e encarados como greenwashing", comenta o CEO da Greenline, Erick Mussi.

 

Metodologia própria

Desde a sua fundação, a Greenline desenvolveu a sua própria metodologia: a GREENLINE/GREENSAT. O projeto levou cinco anos em sua produção e mais um ano em análise pela Bureau Veritas, que validou globalmente a nova Metodologia de Mensuração de Sequestro de Dióxido de Carbono para fins de originação de Créditos de Carbono.

Para isso, as vegetações existentes na área de interesse são monitoradas e têm seus dados coletados por satélites provenientes desse território. Os dados são compilados em equações que formam mais de 200 índices de análise vegetal categorizados (clorofila, pigmentos, umidade, biomassa, etc.) e analisados por Inteligência Artificial (IA), apresentando uma eficácia de 99,95% e evitando a possibilidade de fraudes e créditos fantasmas. "Nós recolhemos os dados disponibilizados desde 2014 via satélite. Com eles em mãos e ferramentas de IA, realizam-se os cálculos e forma-se o resultado aplicado da metodologia", conta Lopez.

O método GREENSAT visa preservar integralmente os biomas analisados, além de desestimular qualquer tipo de atividade comercial em áreas de florestas nativas e assim evitar o desmatamento. O modelo fornece fonte de recompensa em ativos aos proprietários das terras com áreas de vegetação, seja pessoa física ou jurídica, por meio da venda dos créditos de carbono. 

O método auxilia a conquista do Selo Verde, certificação que reconhece empresas e produtos que adotam práticas sustentáveis, com foco em minimizar o impacto ambiental e promover a responsabilidade social. 

Entre os diferenciais do método proposto pela empresa está a capacidade de mensurar a quantidade de CO₂ retida em toda a área analisada sem a necessidade da presença humana no local, com até 11 anos de retroatividade. "Como os satélites disponibilizam os dados a partir de 2014, nossa metodologia permite usar esses bancos de dados e retroagir nesse tempo, potencializando o retorno financeiro do projeto em até 11 vezes a mais do que outras metodologias encontradas no mercado atual", explica o CEO.

A empresa oferece uma comparação: enquanto a área mínima para análise dentro dos critérios da REDD+ é de 15 mil hectares — aproximadamente 800 estádios do Maracanã — o método GREENSAT pode realizar a metrificação de áreas a partir de 100 hectares, menos de um Maracanã. Isso acontece devido ao georreferenciamento facilitado da área, processo ágil que evita a necessidade de inventários florestais, uma vantagem considerada estratégica em florestas e áreas de difícil acesso logístico. 

Atuando de forma ativa no Brasil e no exterior há aproximadamente 18 meses, a empresa já gerou mais de R$ 13,75 bilhões para os projetos de seus clientes em ativos baseados em crédito de carbono. "A B4 é uma bolsa privada de comercialização de nossos ativos verdes em que qualquer pessoa física ou jurídica pode ingressar e fazer sua compensação de emissões. Com a anuência desse mercado de capitais, nós já entregamos 6,5 milhões de créditos de carbono para clientes e investidores do meio privado e público", informa Lopez. Fora do Brasil, a Greenline também já negocia seus ativos verdes em países da América Latina, Europa e Ásia.

 

Foco no mercado internacional

Os créditos de carbono estão se tornando um ativo em rápida expansão, devido à novas exigências das regulações em torno das compensações. Este ano, a McKinsey Consultoria estimou que a demanda por créditos de carbono pode aumentar até 15 vezes até 2030. O mercado movimentou cerca de US$ 1 bilhão em 2021 e deve chegar a US$ 50 bilhões até a próxima década. Isso aumenta a expectativa de reflorestamento ou de redução do desmatamento por parte de iniciativas privadas e públicas, em diversos países.

A União Europeia propôs no início do mês de julho a sua meta climática para 2040, permitindo, pela primeira vez, que os países europeus usem créditos de carbono brasileiro. Essa medida está alinhada ao PL nº 15.042/2014, que rege o mercado de carbono no Brasil. A lei regulamenta o formato de compensação de emissão de gases de empresas e países por meio da compra de créditos vinculados a iniciativas de preservação ambiental.

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