
O Brasil lançou no dia 14 de outubro, no segundo e último dia de negociações da Pré-COP em Brasília, uma iniciativa que pretende somar esforços para quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Chamado de "Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis", ou "Belém 4x", o projeto está sendo negociado pelo Brasil com países parceiros, como Índia, Itália e Japão.
De acordo com o Palácio Itamaraty, o texto final da iniciativa será publicado nos próximos dias. A ideia é que possa ser endossado durante a Cúpula do Clima, em 6 e 7 de novembro, em Belém, quando chefes de Estado e de governo estarão reunidos para iniciar as negociações da COP30, que começará em 10 de novembro.
A meta de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis tem como base o relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE) intitulado Delivering Sustainable Fuels - Pathways to 2035. O documento aponta alternativas como hidrogênio e derivados, biocombustíveis, biogases e sintéticos para expandir a base de uso e difusão desse tipo de energia.
"Países como o Brasil têm todas as condições de dar uma contribuição para além de si mesmo, porque temos fontes renováveis e diversificadas de energia, mas é possível fazer um mutirão para que a gente aumente, na matriz energética global, as energias renováveis. Elas são uma chave para que a gente possa diminuir a nossa dependência do uso de combustível fóssil", destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ao comentar a iniciativa.
A meta de quadruplicar os combustíveis sustentáveis se junta a outra meta aprovada na COP28: triplicar a capacidade global de produzir energia renovável e duplicar a taxa de eficiência energética até 2030. Realizada em 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes, a COP28 marcou a primeira vez em que os países adotaram uma decisão coletiva para "transitar para longe dos combustíveis fósseis" e, ao mesmo tempo, ampliar drasticamente as fontes limpas e sustentáveis de energia, priorizando geração por fontes como solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e geotérmica.