A adoção da realidade aumentada (RA) em operações logísticas registra ritmo de expansão superior a 35% ao ano no Brasil, movimento que responde à necessidade de aumentar produtividade, precisão e rastreabilidade em centros de distribuição. A projeção, apresentada pela Fortune Business Insights, indica que a tecnologia passa a ocupar posição relevante em processos como picking, movimentação interna e despacho, áreas que concentram alguns dos principais gargalos do setor. Estudos da Deloitte e da PwC apontam ganhos de até 25% em produtividade e redução de 30% em erros operacionais com o uso de recursos de RA.
A expansão ocorre em um cenário de pressão por eficiência e integração de sistemas. A tecnologia se conecta a plataformas como ERP, WMS, TMS, soluções de IoT e modelos de simulação digital, incluindo digital twins e agentes de inteligência artificial. A combinação cria ambientes de análise contínua, com impacto direto no monitoramento de fluxos, na previsibilidade das operações e na gestão de incidentes.
Segundo Éric Machado, CEO da Revna Tecnologia, a aplicação da RA altera a forma como operadores e gestores lidam com as rotinas de armazém. Ele afirma que a tecnologia amplia a visualização dos processos e facilita a tomada de decisão baseada em informações atualizadas, o que contribui para melhorar a execução e o planejamento logístico.
Dados da Revna indicam que cerca de 40% dos clientes da empresa têm direcionado esforços para otimizar o picking, reduzir deslocamentos internos e minimizar erros de despacho, etapas em que a RA tem mostrado impacto direto. A adoção também se relaciona ao aumento das exigências de segurança e rastreabilidade e à necessidade de reter profissionais capacitados em um mercado com concorrência crescente por mão de obra qualificada.
Para Machado, a continuidade da expansão depende da capacidade das empresas de conectar processos, pessoas e sistemas de forma coordenada. Ele avalia que organizações que estruturarem a RA como elemento de um ecossistema digital mais amplo tendem a acelerar ganhos operacionais e ampliar competitividade em um setor que passa por novo ciclo de transformação tecnológica.
