A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou, nesta semana, os dados globais de carga aérea referentes a março de 2025. A demanda total registrou um crescimento de 4,4% em toneladas de carga por quilômetro (CTKs) em relação ao mesmo período do ano anterior. No segmento internacional, o avanço foi de 5,5%, representando o maior volume já registrado para o mês de março.
A capacidade total, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), cresceu 4,3% em comparação anual, sendo 6,1% nas rotas internacionais. O crescimento da capacidade acompanhou a retomada gradual da produção industrial e o aumento do comércio internacional, além de fatores sazonais e geopolíticos que influenciaram o cenário logístico global.
Entre os elementos que impactaram o desempenho, a IATA destaca o padrão de recuperação pós-fevereiro — mês tradicionalmente mais fraco —, a queda de 17,3% no preço do combustível de aviação em relação a março de 2024, e a antecipação de pedidos devido à entrada em vigor, em maio, de novas tarifas comerciais dos Estados Unidos, incluindo o fim da isenção de impostos para importações originadas da China e de Hong Kong.
Dados de indicadores econômicos globais mostram crescimento de 3,2% na produção industrial e de 2,9% nos volumes de comércio internacional. A inflação ao consumidor apresentou queda em economias relevantes:
Estados Unidos: 2,4% (recuo de 0,4 ponto percentual em relação a fevereiro)
União Europeia: 2,5%
Japão: 3,6% (queda de 0,1 ponto)
China: -0,1% (manutenção da deflação com leve recuperação)
Desempenho regional
O crescimento da demanda por carga aérea em março de 2025 foi heterogêneo entre as regiões monitoradas:
Ásia-Pacífico: alta de 9,6% na demanda; capacidade aumentou 11,3%
América do Norte: alta de 9,5% na demanda; capacidade subiu 6,1%
Europa: crescimento de 4,5% na demanda; capacidade avançou 2,0%
América Latina: aumento de 5,8% na demanda; capacidade cresceu 4,7%
Oriente Médio: queda de 3,2% na demanda; capacidade aumentou 0,8% — retração atribuída à base comparativa elevada em 2024, influenciada pela crise no Mar Vermelho
África: retração de 13,4% na demanda, apesar de um aumento de 10,5% na capacidade — pior desempenho regional do mês
Rotas comerciais em destaque
A rota Europa–América do Norte foi a mais movimentada de março. A ligação Ásia–América do Norte, que representa a maior participação no mercado global de carga, também registrou forte expansão, possivelmente impulsionada pela antecipação da demanda em virtude das alterações tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos.
Por outro lado, as rotas Europa–Oriente Médio e África–Ásia apresentaram retração no volume transportado durante o mês, sendo as únicas entre os principais corredores comerciais com desempenho negativo.