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Maersk: "O atraso na infraestrutura" é o maior desafio para a cadeia logística da América Latina

Aumento na demanda e conflitos geopolíticos pressionam a capacidade da frota de navios
Por Redação em 29 de maio de 2024 às 7h28

O atraso na infraestrutura continua sendo o maior desafio para a cadeia logística na América Latina, segundo Antonio Domínguez, presidente da Maersk para a América Latina e o Caribe. Em uma entrevista à Bloomberg Línea, Domínguez explicou que a infraestrutura deficiente na região se tornou mais evidente na última década devido à falta de conexões eficientes entre portos e cidades, escassez de ferrovias e processos aduaneiros lentos e não automatizados.

O conflito no Oriente Médio e o aumento da demanda por serviços marítimos estão pressionando a disponibilidade da frota de navios porta-contêineres. Estima-se que a demanda por serviços de transporte marítimo tenha aumentado entre 9% e 12% em nível mundial, mas a capacidade da frota não está conseguindo acompanhar esse ritmo, especialmente à medida que as maiores economias globais aumentam suas exportações.

Domínguez apontou que a disponibilidade de frota é 9,6% superior à de 2023, mas isso não é suficiente para a alta demanda atual. Em abril passado, o comércio exterior da China cresceu 8% em relação ao ano anterior, alcançando 3,64 trilhões de yuans (US$503,8 bilhões). Esse aumento na oferta e demanda provocou uma alta nos fretes. Os fretes que antes custavam cerca de US$1.000 dispararam para US$7.000 no caso de mercadorias enviadas aos EUA, enquanto os fretes da China para a América Latina aumentaram entre US$2.000 e US$3.000 em comparação com dezembro passado.

A infraestrutura deficiente na América Latina também se reflete em problemas de calado nos portos, congestionamento nos portos do Brasil e a recente seca no Canal do Panamá. A Maersk investiu US$200 milhões na Colômbia para expandir o espaço de armazéns e abrirá um novo pátio logístico no país nos próximos 15 dias. A companhia também utilizou barcaças e serviços aéreos para manter o fluxo de mercadorias em áreas afetadas, como Manaus no Brasil.

A falta de chuvas no Panamá impactou o trânsito regional, já que o Canal do Panamá gerencia cerca de 3% do volume de comércio marítimo mundial. O novo governo do Panamá planeja expandir as represas de água doce para o canal, o que permitirá aumentar as reservas de água.

Domínguez concluiu que eventos geopolíticos estão impactando diretamente a cadeia logística mundial, e a Maersk está fazendo esforços para assegurar o fluxo de contêineres vazios e manter a estabilidade da oferta e do ciclo completo.

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