A região Sudeste concentrou 83,6% dos prejuízos financeiros causados por roubos de carga no Brasil em 2024, segundo levantamento da ICTS Security. Mesmo com queda de 11% no número de ocorrências nacionais, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais continuam a liderar em perdas.
O estado de São Paulo registrou 47,2% dos prejuízos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 18,7%, e Minas Gerais, com 14,2%. A pesquisa mostra que as organizações criminosas passaram a direcionar suas ações para mercadorias de maior valor agregado. Entre os principais alvos estiveram alimentos e bebidas (21%), cigarros (18%) e eletroeletrônicos (16%). Medicamentos (14%) e produtos de higiene e cosméticos (12%) também foram destacados entre as cargas mais visadas.
Guarulhos foi o município com maior número de registros, somando 582 casos. Em seguida aparecem São Bernardo do Campo (471) e Osasco (421). A pesquisa aponta ainda para a expansão dos ataques para cidades do interior paulista localizadas em corredores logísticos estratégicos, como Campinas (392) e São José dos Campos (353).
Segundo a ICTS Security, a escolha dos locais está relacionada a rotas de escoamento de alto fluxo e com menor cobertura de policiamento, o que amplia a chamada “mancha criminal” para além da capital e da Região Metropolitana.
O estudo mostra que 31,1% dos roubos ocorreram na madrugada, enquanto 27,8% foram registrados no início da manhã, período em que as operações logísticas se intensificam. A sazonalidade também impacta os índices: em dezembro, mês marcado por maior movimentação em função da Black Friday e do Natal, houve aumento de 20,1% nas ocorrências no Sudeste.
A análise conclui que, apesar da redução no número de casos, as quadrilhas estão mais seletivas e adaptam suas práticas às oportunidades logísticas. A ICTS Security aponta que estratégias de prevenção baseadas em tecnologia embarcada, inteligência de dados e cooperação entre empresas e órgãos públicos permanecem essenciais para mitigar os riscos nas principais rotas de transporte do país.