De acordo com o estudo, o avanço da digitalização no setor logístico é impulsionado pela busca por maior eficiência operacional, redução de custos e melhoria na rastreabilidade das cargas. Tecnologias como inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), blockchain e análise de big data estão entre os principais recursos utilizados para transformar os processos de transporte e armazenagem.
Entre as soluções tecnológicas em destaque estão os veículos autônomos, incluindo caminhões e drones, operados por IA e sensores para realizar entregas em menor tempo e com menores custos. O blockchain é apontado como ferramenta para melhorar a rastreabilidade e a segurança da cadeia logística, com a prevenção de fraudes por meio de registros digitais imutáveis.
A aplicação de sensores inteligentes permite o monitoramento de variáveis como temperatura, umidade e localização das cargas. A integração com a IoT conecta equipamentos e sistemas logísticos, ampliando a capacidade de controle de estoques, rastreamento de mercadorias e manutenção preventiva de ativos.
A análise de big data também tem sido utilizada para prever demandas e otimizar rotas de transporte, enquanto ferramentas de atendimento personalizado, baseadas em dados, buscam adequar os serviços às preferências dos clientes.
Segundo a Intelipost, a adoção de inteligência artificial pode elevar a produtividade logística em até 40% nos próximos dez anos. A consultoria McKinsey projeta que o uso de IA poderá gerar até US$ 2 bilhões anuais nas próximas duas décadas, por meio da automação de tarefas, aprimoramento da gestão de estoques e previsão de demandas com maior precisão. Além da eficiência operacional, a automação pode contribuir para a redução de desperdícios e para a otimização do uso de recursos.
No contexto brasileiro, o estudo aponta desafios para a digitalização do setor. Especialistas indicam que o país pode levar até 10 anos para digitalizar dados logísticos básicos, etapa considerada necessária antes da adoção de soluções tecnológicas mais avançadas. Durante a Intermodal South America 2024, Antonio Wrobleski, então presidente da BBM Logística, destacou que aproximadamente 95% das transportadoras brasileiras possuem frotas com menos de cinco caminhões, o que limita a capacidade de investimento em inovação.
A ausência de uma legislação específica para a inteligência artificial no Brasil também é apontada como fator que dificulta a adoção em escala de tecnologias automatizadas. Entre as grandes empresas, o uso de IA ainda é restrito, exigindo investimentos em capacitação tecnológica, integração de sistemas e ampliação da infraestrutura digital.
O levantamento ressalta que iniciativas públicas e privadas têm sido implementadas para estimular a transformação digital na logística brasileira. A definição de políticas públicas, a criação de marcos regulatórios e o estabelecimento de parcerias tecnológicas são considerados elementos fundamentais para o avanço da digitalização no país nos próximos anos.