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Estudo indica que Brasil reúne condições para liderar eletrificação de caminhões pesados na América Latina

País concentra produção, exportação e matriz energética favorável para expansão do transporte de baixo carbono
Por Redação em 29 de setembro de 2025 às 7h32
Estudo indica que Brasil reúne condições para liderar eletrificação de caminhões pesados na América Latina
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um levantamento divulgado pela campanha Gigantes Elétricos aponta que o Brasil possui condições estruturais e econômicas para assumir protagonismo na transição da frota de caminhões a combustão para modelos elétricos na América Latina. O relatório, intitulado “Dez razões para o Brasil liderar o uso de caminhões elétricos na região”, descreve fatores ligados à matriz energética, ao setor produtivo e ao comércio internacional que fortalecem a posição brasileira no processo de eletrificação.

Condições energéticas e custos operacionais

De acordo com o estudo, mais de 80% da eletricidade gerada no país tem origem em fontes renováveis, o que confere vantagem competitiva em relação a outros mercados. Além disso, os veículos elétricos podem representar uma redução de até 76,5% nos custos operacionais, ampliando o interesse de transportadoras e embarcadores na substituição de frotas. O potencial de exploração de terras raras, insumo estratégico para baterias, também é destacado como oportunidade para diminuir a dependência externa e fortalecer a indústria nacional.

Indústria e comércio exterior

O relatório ressalta que o Brasil já ocupa posição central no fornecimento de veículos pesados para a América Latina. Em 2024, cerca de 78% das exportações regionais tiveram origem no país, somando R$ 12 bilhões. A tendência é que esse fluxo seja ampliado com a produção local de caminhões elétricos, apoiada em investimentos de fabricantes globais como Scania, BYD e Volkswagen. Estimativas apontam crescimento médio anual de 25,6% entre 2025 e 2031 para esse segmento.

Desafios de infraestrutura

O avanço da eletrificação, no entanto, dependerá da expansão da rede de recarga. As projeções indicam a necessidade de 15 mil pontos de abastecimento distribuídos pelo território nacional nos próximos anos. A instalação dessa estrutura pode abrir espaço para novos investimentos em serviços de energia, logística e tecnologia digital.

Impactos no emprego

Segundo cálculos do International Council on Clean Transportation (ICCT), a transição pode mais que dobrar a quantidade de empregos na indústria automotiva até 2050, alcançando 800 mil postos de trabalho. As vagas devem abranger desde a fabricação de veículos e baterias até atividades ligadas à cadeia de suprimentos.

Saúde pública e emissões

O estudo estima que a substituição progressiva dos caminhões a diesel por elétricos pode reduzir em 46% as emissões de gases de efeito estufa até meados do século. A queda na poluição atmosférica teria impacto direto na saúde da população, com economias de aproximadamente R$ 25 bilhões em custos hospitalares e tratamentos relacionados a doenças respiratórias e cardiovasculares.

Projeções

A campanha conclui que a convergência entre matriz renovável, base produtiva consolidada, capacidade de exportação e potencial de geração de empregos coloca o Brasil em posição estratégica para liderar a eletrificação de veículos pesados na região.

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