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Setor de transporte e a logística dão suporte às vacinas

Por Delmar Albarello em 22 de fevereiro de 2021 às 11h53
Delmar Albarello

A atenção da maior parte dos brasileiros, desde meados de janeiro, tem estado voltada para a aterrissagem de aeronaves em Guarulhos, em São Paulo, e no Galeão, no Rio de Janeiro, com cargas valiosas: vacinas contra a Covid-19 e, agora, mais recentemente, Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para que possam ser fabricadas no Brasil.

Os caminhões também têm permanecido a postos para fazer o transporte.   Com valorização estimada de 59%, o setor é líder no potencial de alta para 2021 conforme pesquisa divulgada pelo Banco Safra. E, sendo um dos elos a fazer frente à pandemia, a logística deverá ganhar ainda mais relevância ao longo dos próximos meses quando, possivelmente, este Brasil continental terá que ser preparado para a distribuição das ampolas. Outras nações ao redor do mundo, desde as últimas semanas de dezembro, têm tráfego de caminhões e aviões para conduzir os frascos esperados como antídotos.

O termo grego logística, na origem, designava parte da arte dos militares relacionada ao planejamento – desde armazenamento, distribuição e manutenção de vários tipos de materiais, como armas, roupas, além de alimentos, e cuidado com aspectos como saúde e transportes. Entretanto, foi Sun Tzu, general, estrategista e filósofo chinês (544 a.C. - 496 a.C.), que cunhou uma das frases mais emblemáticas: "A linha entre a desordem e a ordem está na logística”. Em tempos mais recentes, começou-se a fazer a conexão com gestão, armazenamento e distribuição de recursos para uma determinada atividade. E, no olhar voltado à saúde de bilhões em nível global a partir da perspectiva de espalhar as vacinas, a logística tem potencial de ser uma arma na luta contra o novo coronavírus.

Um dos aspectos que precisam ser mantidos é a rigidez no cumprimento de protocolos de manuseio e transporte, incluindo prazos de entrega para itens sensíveis. Logicamente, a Covid-19 tem exigido substanciais mudanças no aspecto sanitário em nível geral e no maior cuidado com a saúde das equipes, clientes e fornecedores. Está sendo imprescindível conscientizar para que a cadeia não trave e se mantenha em operação. É crucial promover treinamento reforçado das equipes para que possam lidar com as limitações respeitando este novo modelo mais consciente e cuidadoso.

E, neste sentido, o maior desafio é manter a operação com controle de processo, rastreio e confiabilidade das informações, deixando sempre o canal de conduta transparente e comprometido com o cliente. E isso as empresas referenciadas já faziam antes da pandemia e com outros produtos que não a vacina.

Os modais conectam produtos a pessoas – sempre no âmago de tudo. Afinal, ainda que esteja em momento de expansão, o fator de sucesso no segmento de logística não se resume a uma escala de crescimento exponencial. Quem tem visão apurada do negócio e persegue a vantagem competitiva, busca aperfeiçoar seus processos sem descuidar da qualidade e da humanização no atendimento.

O grande ensinamento que a pandemia trouxe e deverá seguir como um conceito é o de que muita ação que parecia impossível dá para ser concretizada. Basta ter pé no chão, discernimento e união verdadeira dentro da equipe. Claro, dispor de estrutura tanto em armazenamento, veículos, pessoas e todos os equipamentos necessários bem como investimento permanente em tecnologia são aspectos imprescindíveis. Quem conseguiu unir essas dimensões, conquistou a vantagem competitiva em 2020, mesmo ele tendo sido um ano em que se fez em seis meses o programado para 12.

Na verdade, desde março de 2020, a maior parte dos brasileiros vivenciou inseguranças e dilemas. O que fazer? Como manter os negócios? E não se sabia ou tinha perspectivas do dia seguinte. Tem sido um grande exercício de calma e de serenidade. Inclusive, no Rio Grande do Sul, há a expressão “encontrar a ponta da corda”. Significa mesmo diante de problemas, identificar algo bom para recomeçar.

Os estudos, as estatísticas e as perspectivas são animadores. Cada vez mais, o consumo migrou da presença física para a compra em plataformas online/e-commerces. O Google aponta 59% de aumento no faturamento do comércio online em 2020 em comparação a 2019. E a Ebit/Nielsen ratifica: o e-commerce recebeu 90,8 milhões de pedidos no primeiro semestre de 2020, sendo que 7,3 milhōes de brasileiros compraram pela primeira vez nessa modalidade.  A influência maior é a mudança de comportamento do consumo, principalmente das novas gerações, significativamente digitalizadas, como a Geração Z, que valoriza a praticidade e o consumo on demand.

 A questão é ajustar os modelos de negócio para atender este segmento que cresce vertiginosamente, ganhando maior impulso por causa da pandemia. A logística se adapta ao novo modelo de consumo, usando frotas mais compactas e, por isso, mais ágeis para entregas fracionadas door to door, automação de seus CDs com soluções como esteiras, leitores óticos, medidores de cubagem digitais/laser, menos pessoas e mais máquinas de automação nos processos. Tudo para manter a qualidade e a expectativa dos clientes e a sustentabilidade do negócio.

Setor de transporte e a logística dão suporte às vacinas
Delmar Albarello - Fundador e diretor-presidente do Grupo Troca e presidente do Centro Empresarial Porto Seco (Porto Alegre/RS)
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