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Agronegócio: inovação a serviço do comércio exterior

Conheça a experiência da gigante do agronegócio Archer Daniels Midland na utilização da plataforma digital Covantis, que tem como objetivo modernizar as transações comerciais globais do setor
Por Redação em 16 de julho de 2021 às 13h27 (atualizado às 13h29)
Agronegócio: inovação a serviço do comércio exterior

No dia 31 de março de 2020, a Covantis anunciou que havia recebido todas as aprovações regulamentares necessárias para a constituição de uma entidade legal em Genebra, na Suíça. Nascia ali, oficialmente, a Covantis SA, uma iniciativa de propriedade das companhias idealizadoras Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Cargill, Cofco International, Louis Dreyfus e Glencore Agriculture.

As seis gigantes do agronegócio haviam se unido há cerca de quatro anos em busca de um propósito ambicioso: conectar o setor por meio de uma plataforma digital independente e confiável, utilizando tecnologias como blockchain e inteligência artificial para modernizar as transações comerciais entre importadores e exportadores e levar mais eficiência às operações de comércio global.

Agronegócio: inovação a serviço do comércio exterior
Divulgação

“Os processos na execução dos contratos de compra e venda de grãos eram muito burocráticos, o que demandava muito tempo das equipes de execução, como são usualmente conhecidas.  Além de gerar um volume enorme de troca de e-mails entre as empresas, praticamente toda a documentação era física. Com o passar dos anos e o aumento das exportações, esse modelo antigo passou a ser pouco eficiente”, explica Alex Beu, gerente de Exportação e Importação da ADM na América do Sul. Basicamente, a iniciativa Covantis tinha como objetivo digitalizar os processos, fazendo com que atividades altamente burocráticas passassem a ser realizados eletronicamente.

Desde o último mês de fevereiro, a ADM vem utilizando a plataforma de forma pioneira para facilitar os processos de exportação e de embarque de soja pelo Porto de Santos (SP). “Por enquanto a tecnologia é usada apenas no Brasil, mas há intenção de expandir para outros mercados. Os Estados Unidos devem ser o próximo país”, conta Beu. “Ao colocarmos todas as informações online em um único ambiente seguro, ficou muito mais fácil tanto para quem vende como para quem compra acompanhar todo o processo da programação de navios a serem embarcados, independente do continente de destino”, comenta o executivo.

Beu destaca que no mercado da soja existe a prática de string, que é a nomeação do navio repassada por vários contratos entre diferentes empresas até chegar no embarcador final. “Anteriormente, um comprador informava os dados de seu navio e a previsão de chegada no porto de embarque via e-mail. Tudo era feito por e-mail, fosse para confirmar algum dado do navio ou para saber qual empresa de fato seria a embarcadora da carga”. Segundo o gerente, essa troca de mensagens eletrônicas entre todas as empresas envolvidas levava dias. “Agora, com a plataforma Covantis, qualquer empresa pode visualizar o andamento online da nomeação de cada navio. E cada vez que uma das empresas toma alguma ação com relação à nomeação do navio, todos os demais players envolvidos no string acompanham automaticamente”.

Somado a isso, a utilização do blockchain, garante que os dados trafeguem em um em um ambiente muito mais seguro e transparente. “Com a tecnologia blockchain, todas as informações ficam criptografadas de ponta a ponta”, completa Beu.

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Vantagens adicionais e próximos passos

Além da redução drástica na troca de e-mails, da desburocratização dos processos e da segurança das informações, a ADM indica como vantagens adicionais conquistadas com a utilização da plataforma os ganhos de produtividade nas transações, a diminuição de processos repetitivos, manuais, caros e demorados, aumentando a velocidade das operações físicas de embarque da soja, e a sustentabilidade, com uma redução elevada no volume de papel atrelado às operações. De acordo com a própria companhia, a emissão de contratos de venda gerava milhares de jogos de documentos físicos anualmente.

Além disso, com as informações online em formato digital, ficou muito mais fácil fazer buscas, organizar e acompanhar os processos. “A digitalização minimiza os riscos operacionais dos traders e aumentar a eficiência para todos os elos da cadeia de venda e transporte de commodities”, diz Alex Beu. Ele explica ainda que a plataforma conta com um chat específico para esclarecer dúvidas contratuais, facilitando a comunicação entre os diversos atores envolvidos nas operações. “Existe também a possiblidade de trocar drafts de documentos de exportação, subindo os arquivos na plataforma para que o comprador ou vendedor receba o documento para visualização ou conferência”, destaca.

O próximo passo do projeto Covantis será inserir informações de mais um elo da cadeia de suprimentos, com dados dos prestadores de serviços. Beu esclarece que isso incluiria diversos players ligados ao mercado agro, como empresas supervisoras de qualidade, empresas de fumigação, agentes marítimos e despachantes.  “A ideia é fazer com que toda a comercialização da soja seja digitalizada, desde a hora em que ela é comprada pelos traders até ser vendida aos mercados globais”.

Segundo o executivo, as etapas seguintes também incluem ampliar ainda mais a quantidade de documentos gerados na plataforma e incluir todas as empresas que atuam no agronegócio, independente do seu tamanho. “A Covantis continua em desenvolvimento, uma vez que a empresa entregará melhorias por etapas. A ferramenta está operando com as seis shareholders e, desde março deste ano, outras empresas do agronegócio começaram a entrar para a plataforma”. Hoje, 18 companhias do setor fazem parte da rede. Além de ADM, Bunge, Cargill, Cofco International, Louis Dreyfus e Glencore Agriculture, a Covantis conta também com a participação da ALZ, Amaggi, CHS, Coamo, C&D, Enerfo, Gavilon, Marubeni, Nova Agri, Olam International, Viterra e Zen-Noh Grain.

Fernando Fischer

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