Ultracargo inicia projeto para granéis alimentícios
Serviços incluem coleta em moinhos, transporte e descarga em silos dos consumidores
A fim de expandir a sua presença no setor de alimentos, a operadora logística Ultracargo iniciará, neste mês de outubro, o projeto-piloto de um novo sistema de transporte e distribuição para granéis alimentícios diretamente dos moinhos para pequenos e médios usuários. Os serviços incluirão a coleta da farinha de trigo a granel nos moinhos, o transporte em veículos especiais e a descarga em silos instalados nas unidades dos clientes.
A oferta dos novos serviços visa principalmente o segmento de empresas de pequeno e médio portes consumidoras de farinha de trigo, que utilizem entre 50 e 300 toneladas por mês. “Estes usuários compram a farinha em sacos de 50 kg ou em big bags e fica a cargo deles ou dos moinhos todo o manuseio na hora da coleta, o transporte e também a movimentação dentro da área em que o material será utilizado”, explica Edson Zacarias, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Ultracargo. “É necessária uma grande quantidade de embalagens durante a operação com o produto, que precisa ser mantido em local coberto para evitar a contaminação”.
A proposta da Ultracargo é eliminar boa parte das embalagens da cadeia logística, coletando a farinha a granel diretamente no moinho e transportando-a para os usuários, com entregas também a granel, reduzindo a necessidade de área coberta para armazenagem de produtos embalados e a movimentação de empilhadeiras e paletes, com custos menores de retrabalho e avarias e um menor contato manual do usuário com o produto.
A utilização de silos para a descarga está no escopo do projeto. Segundo Zacarias, os moinhos estão aptos a efetuar o carregamento a granel, mas os usuários deste segmento não possuem, em sua grande maioria, infra-estrutura para receber o produto: “A nossa proposta é instalar silos nas dependências dos usuários para que eles passem a receber a granel”. Nos dois primeiros clientes do piloto, a operadora logística está em fase de adaptação das estruturas com investimento próprio e será remunerada por meio do frete.
A farinha de trigo será descarregada por transporte pneumático e sem contato manual, explica Zacarias, e o silo contará ainda com um sistema de pesagem, que permitirá à Ultracargo executar a gestão do produto diariamente por meio de uma célula de transmissão de sinais para o terminal da operadora. Tanto a higienização dos veículos quanto dos silos dos clientes também estará sob responsabilidade da Ultracargo.
Mercado promissor
O produto-âncora do projeto é a farinha de trigo, mas há a possibilidade de utilização para outras commodities, como farinha de arroz, farelo de soja e açúcar. Neste primeiro momento, as operações estarão restritas à Grande São Paulo, mas a Ultracargo tem a intenção de torná-lo capilarizado, em um modelo semelhante ao da Ultragaz, empresa co-irmã do mercado de distribuição de GLP, que realiza o abastecimento dos tanques na cidade de São Paulo e outras capitais, incluindo diversos usuários.
A operação será realizada com frota própria da Ultracargo, em caminhões com capacidade de oito a nove toneladas. “Com a entrada em circulação destes veículos, com capacidade de 15 metros cúbicos, daremos o primeiro passo para atender às necessidades das empresas localizadas em zonas urbanas que possuem restrições de acesso e circulação”, explica o gerente.
Dados levantados pela Ultracargo apontam a existência de 52 mil empresas do setor de panificação no Brasil, das quais cerca de 3,8 mil estariam localizadas na cidade de São Paulo. “Sabemos o tamanho do mercado e agora trabalhamos para aumentar a base de usuários – estamos começando a operação-piloto com a expectativa de movimentar cerca de 500 toneladas/mês”, completa Zacarias.
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