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Setor de Logística Reversa já tem sua entidade

Por Redação em 26 de março de 2008 às 17h09 (atualizado em 05/05/2011 às 17h29)

CLRB apresenta seus objetivos em evento

Desde 2007, quando foi idealizado, o CLRB (Conselho de Logística Reversa do Brasil) veio se estruturando para apresentar ao mercado um modelo de entidade que contribuísse para com o fomento do tema logística reversa, buscando conhecimento, criando canais de especialização e reunindo competências para desenvolver este segmento no país.

No último dia 19 de março, em um café da manhã realizado nos Correios, em São Paulo, o CLRB organizou a primeira reunião e apresentou oficialmente seus propósitos a um público formado por representantes de vários segmentos da economia que atuam nos diversos elos da cadeia de suprimentos, entre os quais executivos de empresas como Fnac, Unilever, Colgate-Palmolive, Canon, Philips, Perdigão, Nokia, Editora Abril, Ceva Logistics e Pepsico
Segundo o professor e engenheiro Paulo Roberto Leite, fundador e diretor-executivo da entidade, a iniciativa surge por força de alguns setores da economia interessados em discutir as necessidades e exigências de um mercado cada vez mais consumista e diversificado, que não permite ignorar as conseqüências empresariais e ambientais provocadas pelos acúmulos resultantes na ponta do processo. “As condições de competição nos mercados atuais exigem maior atenção aos aspectos relacionados à sustentabilidade econômica, ambiental e social. Empresas de diversos setores procuram o equacionamento do retorno de quantidades também crescentes de produtos usados ou ainda não consumidos, através da logística reversa”, ensina o executivo.

Segundo Leite, hoje há em torno de oito tipos de canais reversos com tendência a crescer porque o consumo nunca esteve tão acelerado no país, o que potencializa o mercado de logística reversa, devido também à redução do ciclo de vida dos produtos. “O objetivo é gerar conhecimento para o desenvolvimento de melhores práticas, para que as empresas possam discutir os fatores inibidores das cadeias reversas, trocar experiências, adotar procedimentos e normas comuns, além de promover o network específico sobre logística reversa, tal como já ocorre nos Estados Unidos e em países da Europa”, explica o professor.

Para se ter uma idéia da dimensão dos números, são produzidos 50 milhões de toneladas/ano de lixo eletrônico em todo o mundo, um bilhão de automóveis, o mesmo montante de computadores, entre outros produtos – destes totais, nem 10% são reaproveitados. E no Brasil os dados também são expressivos: o país produz 11 milhões de toneladas de lixo eletrônico, 10 milhões de unidades de computadores, 120 milhões de celulares, nove bilhões de garrafas PET, 14 bilhões de latas de alumínio, 80 milhões de lâmpadas de Hg, nove bilhões de embalagens longa vida, 55 milhões de pneus e 2,6 milhões de automóveis. Só a cidade de São Paulo produz 16 mil t/dia de lixo em geral.

O desafio, segundo Leite, é promover o reaproveitamento dos descartes, pois é necessário produzir sistemas operacionais que possibilitem a reutilização de produtos. “Antes, o reuso de produtos era meramente operacional; agora, com o crescimento do mercado, passou a ser estratégico para muitas empresas”, diz, comentando que há uma tendência de esta prática tornar-se realidade, até mesmo do ponto de vista do pós-vendas e fidelização das marcas. “Somente o mercado de remanufatura de motores de partida gerou negócios de US$ 36 bilhões em 1997”, exemplifica. Mas ele ressalta que é preciso trabalhar junto ao governo para criar uma legislação específica que oriente o mercado sobre o assunto – e essa é uma das missões do CLRB.

Segundo Leite, o retorno de produtos do mercado já é expressivo no Brasil: só o segmento editorial responde por entre 20% e 50% das devoluções; o e-commerce, por 5% a 10% (de 25% a 35% nos EUA); os eletrônicos, por 10% a 12%; os computadores por 10% a 20%; e o setor de varejo por 4% a 6%. Já o índice de reaproveitamento de produtos no país ainda está em crescimento, com destaque para o lixo eletrônico (10%), baterias de automóveis (80%), latas de alumínio (98%), plásticos (15%) e automóveis (85%).

Comitês

Para contribuir para com o avanço do segmento de logística reversa, o CRLB estruturou comitês de trabalhos temáticos que serão integrados por especialistas, executivos, acadêmicos e interessados de várias áreas, que serão responsáveis pela geração de conhecimento, estudos, divulgação de práticas e resultados e por realizar a interface com outros órgãos no exterior, entre outras ações. Os comitês criados inicialmente atendem áreas específicas como: Sustentabilidade Ambiental, Normalização e Qualidade, Mercado de Logística Reversa, Tecnologia da Informação, Legal e Institucional, Publicações e Cursos e de Eventos.

Na opinião do executivo, de acordo com o ritmo do consumo, medidas emergenciais já estão sendo necessárias para ordenar o mercado em todo o mundo. O governo da França, por exemplo, já anunciou que até 2010 porá fim às sacolas de plásticos adotadas no varejo; e, nos Estados Unidos, o Wal-Mart está investindo US$ 500 milhões por ano em programas de sustentabilidade. Como o segmento de logística reversa ainda não tem dados estatísticos do Brasil, esta também será uma das tarefas do Conselho. “Nosso objetivo não é gerar negócios, mas conhecimento”, define o idealizador da entidade.

Perfil

O CLRB é uma entidade civil sediada em São Paulo, que congrega empresários, executivos, profissionais, acadêmicos e estudantes do segmento logístico. A entidade tem por missão desenvolver negócios, práticas e conhecimento em Logística Reversa visando estabelecer sinergias, aumentar a competitividade de seus associados e manter intercâmbio com entidades afins no âmbito nacional e internacional.

www.clrb.com.br

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