Scala debate infra-estrutura da região de Campinas
Expansão de Viracopos e construção de ferrovia são prioridades, apesar da crise
O aeroporto de Viracopos, emCampinas (SP) e a construção de ligação ferroviária entre Campinas e Rio de Janeiro, passando por São Paulo, foram temas centrais dos debates de ontem, dia 04 de novembro, durante a abertura da 9º Edição do Scala – Feira e Simpósio. A atual crise financeira mundial também foi lembrada pelos debatedores.
O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp), Valdir dos Santos, focou seu discurso nas questões relacionadas ao aeroporto campineiro. De acordo com ele, o momento é importante para o terminal aéreo, pois é preciso decidir se o local será privatizado ou trabalhará em regime de concessão. “Viracopos deve estar voltado para Campinas e para o Brasil. Trata-se de um hub importante que precisa de apoio”, resume.
O superintendente Nacional de Logística da Infraero, Ednaldo Santos, provocou os presentes e questionou qual o melhor modelo de gestão. Segundo ele, é preciso avaliar todas as alternativas operacionais para o destino da Infraero – se continua como empresa pública, privada ou administração conjunta. “Ainda não recebemos nenhuma orientação se a companhia será privatizada ou se iremos abrir concessão para que os aeroportos sejam explorados por empresas privadas”, afirma.
Santos faz uma ressalva e teme pelo destino de alguns aeroportos. Ele conta que a Infraero hoje gere 67 aeroportos em todo o Brasil, sendo que 32 possuem terminais de carga. Do total de aeroportos, 20 estão com a capacidade operacional no limite, enquanto o restante encontra-se ocioso. “Precisamos estimular a operação em todos os terminais e não acabar com aqueles subutilizados. Além disso, devemos levar em consideração no modelo adotado a segurança nacional”, salienta.
Crise
Para o presidente da comissão organizadora do Scala, Luiz Antônio Guimarães, o cenário de instabilidade da economia global não assusta o Brasil. De acordo com ele, o momento é de crescer e criar oportunidades de negócios. Guimarães aproveitou a abertura do evento e cobrou iniciativas governamentais, estratégicas para o desenvolvimento da região. “Queremos a ampliação de Viracopos, a conclusão do Rodoanel, a construção do Trem Expresso e investimentos na infra-estrutura do Porto de Santos”, diz.
O diretor regional Campinas da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp), Rui Rabelo, reforça a tese de Guimarães. “Há apreensão pelas conseqüências que a crise pode trazer, mas temos que trabalhar muito mais agora do que quando estamos em um bom momento”, avalia. Para o diretor do Centro das Indústrias do estado de São Paulo (Ciesp), em Campinas, Natal Martins, as empresas devem transformar ameaças em oportunidades de desenvolvimento.
Poder Público
Presente à cerimônia, o prefeito de Indaiatuba (SP) lembrou a preocupação que as cidades da região têm com a logística. “É preciso planejamento para que possamos escoar nossa produção”, lembra. Segundo ele, é papel do poder público trabalhar em parceria com a iniciativa privada para que o município de Campinas e demais cidades da região sejam exemplo de prosperidade.
Já o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, cobrou rapidez na conclusão de dois projetos: a expansão do Aeroporto de Viracopos e o início das obras do Trem Expresso – Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro. “Espero que o trecho Campinas-São Paulo esteja concluído até o final de 2010”, diz.
Quanto ao aeroporto, Santos afirma que, paralelo às discussões do modelo adotado, é preciso acelerar a expansão do terminal. Ele, porém, lembra um aspecto. “O modelo implementado em Viracopos deve levar em consideração as necessidades de desenvolvimento da região de Campinas”, frisa.
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