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Novo porto no ES terá participação de Rotterdam

Porto Central será totalmente privado e voltado primordialmente aos setores de O&G e mineração
Por Redação em 12 de abril de 2012 às 13h01

O Estado o espírito Santo abrigará, dentro de aproximadamente quatro anos, um novo porto multipropósito de águas profundas, localizado na cidade de Presidente Kennedy, na divisa com o Rio de Janeiro. O acordo para sua construção foi firmado na última segunda-feira, 9 de abril, entre o porto holandês de Rotterdam, o governo do Espírito Santo, o município e o grupo Terminal Presidente Kennedy (TPK), uma sociedade de propósito específico formada por grupos empresariais brasileiros e executivos com experiência nos setores de mineração e offshore, desenvolvedor do projeto.

O Porto de Rotterdam assinou um acordo de cooperação com a TPK, que deverá posteriormente se transformar em uma joint-venture. A participação acionária não está definida, uma vez que o projeto ainda pode receber novos investidores. A princípio, pela localização próxima à área do pré-sal, o Porto Central será voltado aos setores de Óleo e Gás e mineração. Outras cargas de interesse são dos setores de metalurgia, offshore supply, commodities e carga geral, como granito, mármore e automóveis.

A iniciativa faz parte da estratégia de Rotterdam de participar de projetos portuários ao redor do mundo, operando no modelo “landlord port”, fazendo o planejamento e o gerenciamento e ficando responsável pela infraestrutura, enquanto a superestrutura (terminais) fica a cargo de operadores privados. O porto holandês já participa, com 50% do capital, do porto de Sohar, localizado em Omã, no Oriente Médio. “Também estamos em negociações com estruturas na China, Itália, Romênia e na África”, diz Peter Lugthart, project manager do Porto de Rotterdam.

O Porto Central deverá operar no mesmo modelo do porto holandês, no sistema de clusters de indústrias, o que facilita a logística para os clientes e também permite sinergias. De acordo com Lugthart, o interesse maior da estrutura capixaba é sua localização e suas dimensões. O novo porto fica no meio do litoral brasileiro, próximo à área do pré-sal e terá uma área inicial prevista de mil hectares – equivalente a dez milhões de m2 – podendo ser ampliado para até 1.500 he numa segunda fase.

Além disso, é um porto de águas profundas, com calado que alcança 23 metros em sua área externa, 16 m no canal principal e 10 m nos canais secundários, o que permite localizar os terminais de acordo com suas características operacionais. “Alguns setores necessitam de navios maiores, como o de mineração, por exemplo, e outros podem operar com embarcações menores. Isto é uma vantagem porque, dependendo de quais setores o porto receberá inicialmente, não precisaremos dragá-lo na maior profundidade”, afirma José Maria Vieira de Novaes, diretor da TPK.

Fase inicial

Por tratar-se de um projeto greenfield, o porto ainda encontra-se em fase de obtenção da licença prévia para operação, para posterior aprovação pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Os parceiros esperam obter todas as licenças até o segundo semestre de 2013 e começar a operar no final de 2015. Enquanto aguardam as licenças, as empresas prospectam clientes no Brasil e exterior.

Para Lugthart, o fato de estar próximo ao Superporto do Açú não prejudica o projeto, porque estudos de demanda futura indicam que o Brasil ainda tem grande carência de estrutura portuária. “Apostamos nas condições do Porto Central e também na marca Rotterdam, que é o maior porto do mundo. Teremos um porto construído e gerido dentro das melhores práticas e acreditamos que estes fatores somados irão atrair operadores internacionais interessados no Brasil, mas que não vinham para cá por não terem uma estrutura adequada para operar”.

Além de atrair operadores portuários e logísticos, a intenção é atender a petrolíferas e empresas que prestam serviços variados à cadeia de O&G. Também há planos para, num segundo momento, atrair indústrias de transformação para a retroárea, operando dentro do conceito de porto-indústria.

Pelo fato de o porto estar em sua fase inicial de estudos de engenharia, os investimentos totais na infraestrutura ainda não podem ser mensurados, mas é estimado algo próximo de R$ 4 bilhões. “São investimentos pesados”, diz Novaes.

Acesso

Com relação ao acesso ao porto, os parceiros informam que estão trabalhando para viabilizar um ramal ferroviário ligado a estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que passa a cerca de 40 km do porto. “O traçado dessa ferrovia, porém, não possibilita uma operação produtiva. Mas a planos no Governo de construir uma nova ferrovia, que poderia atender ao porto”, informa Novaes.

Além disso, Presidente Kennedy fica a 30 km da BR-101, cujo trecho já foi privatizado e a duplicação está prevista para ficar pronta juntamente com o Porto Central. E há intenção do Governo do Espírito Santo de contruir uma rodovia de acesso entre o Porto e a BR.

Suape

Além do Porto Central, Rotterdam também encontra-se em conversação com o Porto de Suape visando uma participação na sua gestão. Os contatos tiveram início há cerca de quatro anos, quando uma delegação de Suape visitou o porto holandês e pediu opinião sobre o business plan feito para o porto pernambucano.

Rotterdam também participou do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), feito para a Secretaria Especial de Portos (SEP) pela Universidade Federal de Santa Catarina, que já foi finalizado e está em fase de aprovação em Brasília.

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