O comércio eletrônico brasileiro apresentou avanço na descentralização geográfica das operações, com aumento da participação de pequenas e médias empresas (PMEs) na movimentação de pacotes fora dos polos tradicionais. A constatação está no Mapa da Logística, levantamento trimestral realizado pela Loggi, com base nos envios efetuados no segundo trimestre de 2025.
Segundo o estudo, as PMEs estão localizadas em diferentes regiões e vêm realizando vendas e entregas de forma mais pulverizada. O levantamento indica que 40% do volume de pacotes das PMEs se origina no estado de São Paulo, enquanto no caso de grandes empresas essa concentração chega a 65%. O dado evidencia uma distribuição mais ampla das PMEs no território nacional.
Os estados de Santa Catarina (16%), Minas Gerais (10%) e Paraná (9%) concentram boa parte dos envios realizados por pequenas e médias empresas. Entre as grandes empresas, os mesmos estados registram percentuais menores: 6,5% em Santa Catarina, 5% em Minas Gerais e 3% no Paraná.
O estudo também aponta uma tendência de crescimento nos envios de PMEs para a região Sul do Brasil, que representa 18% do volume de entregas realizadas por esse segmento, contra 14% no caso das grandes empresas. O dado reflete oportunidades comerciais em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
No segundo trimestre, o valor médio por pedido das PMEs foi de R$ 217,00, o que representa um valor 21% acima do registrado por grandes marcas e 51% superior ao de grandes marketplaces. A diferença indica um posicionamento de mercado com foco em itens de maior valor.
O levantamento destaca que as PMEs têm utilizado diferentes modelos logísticos para atender ao território nacional. Cerca de 30% dos envios ocorrem por grade fixa, com datas e horários definidos para coleta. Outros 40% adotam modelo de coleta pulverizada, com variação de horários, e 30% utilizam pontos de entrega e coleta (PUDOs), locais credenciados onde os pacotes podem ser despachados com mais autonomia e menores custos.
O Mapa da Logística também traz um panorama geral dos envios realizados no país, considerando empresas de todos os portes. No segundo trimestre, o eixo Sul-Sudeste e o Nordeste foram as regiões com maior volume de pacotes enviados e recebidos. No Centro-Oeste, o destaque ficou por conta de Goiás.
Entre os estados com maior crescimento no volume de envios, os dados apontam:
Santa Catarina (275%)
Rio Grande do Sul (175%)
Goiás (167%)
Espírito Santo (124%)
Minas Gerais (45%)
Cerca de 50% das entregas nacionais são realizadas em até 2 dias, e 60% em até 3 dias, o que indica evolução nos níveis de eficiência do setor logístico no país.
A categoria de vestuário e moda liderou o consumo no trimestre entre todas as regiões, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. As vendas foram impulsionadas por datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Namorados.
No Nordeste e Norte, a categoria mais vendida foi a de serviços financeiros, que inclui cartões e maquininhas de pagamento, refletindo a presença crescente de bancos digitais e do microempreendedorismo.
Outros segmentos com crescimento expressivo no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período de 2024, incluem:
Óticas (302%)
Farmácias (204%)
Artigos esportivos (196%)
Joias e bijuterias (144%)
Jogos e brinquedos (126%)
Durante a semana do Dia das Mães, os envios realizados por PMEs aumentaram 143% em relação ao mesmo período de 2024. Entre os produtos mais enviados estiveram:
Vestuário e moda (+214%)
Joias e bijuterias (+198%)
Cosméticos e perfumaria (+103%)
Na semana do Dia dos Namorados, o crescimento foi de 121% nas PMEs, também em comparação ao ano anterior. O resultado foi superior ao das grandes marcas, que registraram 6% de crescimento.
O Mapa da Logística é uma iniciativa da Loggi criada em 2025. O levantamento é realizado trimestralmente e apresenta dados sobre envios e entregas em nível local e nacional, além de destacar tendências de consumo e comportamento logístico. Os dados analisam o desempenho de empresas de diferentes portes em todas as regiões do país.
Nesta segunda edição, foram considerados mais de 16 milhões de pacotes enviados, abrangendo 5 mil municípios e uma base de 21 mil empresas de diversos segmentos.