O setor de transporte, armazenagem e correios apresentou crescimento de 1,0% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao trimestre anterior, segundo o Boletim de Conjuntura Econômica da CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgado em 23 de setembro. O resultado superou o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 0,4% no mesmo período. No acumulado de quatro trimestres, o setor registrou alta de 2,2%.
A análise por segmentos mostra que o transporte de cargas continua em expansão. Em julho, o volume de serviços cresceu 1,0% e já acumula elevação de 37,5% em relação ao nível pré-pandemia, consolidando-se como destaque na recuperação econômica. O transporte de passageiros, em contrapartida, apresentou retração de 2,1% em julho e mantém oscilações mensais, embora esteja 9,6% acima do nível de 2020.
Os preços do setor também influenciaram o desempenho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o grupo Transportes apresentou redução de 0,27%, puxada por queda nas passagens aéreas (-2,44%), ônibus interestadual (-1,65%) e gás veicular (-1,27%). Houve, no entanto, aumentos nos preços de transporte por táxi (2,96%) e aplicativo (3,27%).
Apesar do desempenho positivo do setor de transportes, o contexto econômico nacional segue pressionado por indicadores de inflação e juros. A inflação acumulada em 12 meses alcançou 5,13%, acima do teto da meta há 11 meses consecutivos. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, conforme decisão do Copom em setembro.
O Relatório Focus de 19 de setembro projeta manutenção da taxa básica de juros até o fim de 2025 e expectativa de que o IPCA encerre o ano em 4,83%, também acima do limite definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).