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Petrobras anuncia construção de duto de 2 mil km para transporte de biocombustíveis

Projeto integra plano de investimentos logísticos da estatal e busca atender à expansão do etanol de milho no Centro-Oeste
Por Redação em 15 de setembro de 2025 às 7h54
Petrobras anuncia construção de duto de 2 mil km para transporte de biocombustíveis
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Petrobras informou que construirá um novo duto de líquidos com 2.030 quilômetros, ligando São Paulo ao Mato Grosso até 2030. O objetivo é ampliar a capacidade logística para atender ao crescimento da produção de biocombustíveis no Centro-Oeste, especialmente etanol de milho. O anúncio foi feito durante a Rio Pipeline & Logistics, em painel sobre a infraestrutura dutoviária da região.

O projeto integra o plano de investimentos da companhia, que prevê US$ 3,6 bilhões em logística até 2029. Apenas o novo duto receberá mais de R$ 2 bilhões em aportes, com execução prevista entre 2025 e 2030.

A expansão foi apresentada por Daniel Sales Correa, gerente executivo de Comercialização no Mercado Interno, que destacou o papel estratégico do milho como insumo para projetos de biorefino, incluindo o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Capacidade atual e gargalos

Segundo executivos do setor, a infraestrutura disponível não acompanha a evolução da demanda. O oleoduto OSBRA, com 962 km, foi projetado para as condições de mercado de 1996 e atualmente opera com restrições na ligação entre Paulínia (SP) e Brasília (DF). Bruno Ebecken, gerente executivo da Transpetro, afirmou que os volumes de etanol de milho já superaram os de derivados e crescem entre 8% e 11% ao ano.

O debate também apontou a necessidade de expansão do fornecimento de gás natural para a região, ainda sem cobertura em cidades como Brasília. Helder Ferraz, diretor da NTS, afirmou que a ampliação da malha depende da modernização regulatória, da redução de gargalos no Sudeste e de novos investimentos, especialmente diante da queda na oferta da Bolívia.

Mercado de gás natural

O setor de gás natural passa por diversificação de fontes de suprimento. A redução da importação boliviana abriu espaço para o gás de Vaca Muerta, na Argentina, e para o biometano. Jorge Hijjar, diretor-presidente da TBG, informou que 30 clientes já assinaram contrato master de transporte, com investimentos previstos para ampliar a capacidade de entrega via Uruguaiana (RS). Em algumas regiões brasileiras, a produção de biometano já supera a demanda local, criando necessidade de exportação.

Energias renováveis e regulação

A conferência também discutiu aspectos regulatórios do transporte de energias renováveis. Estudo citado por especialistas aponta limite de até 3% para inserção de hidrogênio em dutos de aço de alta performance, podendo chegar a 4% com adaptações. Foi ressaltada a ausência de especificações claras da ANP para misturas de gás natural, hidrogênio e biometano, além da necessidade de um marco regulatório para projetos de captura e armazenamento de carbono (CCUS).

O transporte de combustíveis sustentáveis de aviação também foi mencionado como desafio logístico, já que a produção está concentrada no Sudeste. A avaliação dos participantes é que a evolução regulatória deve ocorrer de forma gradual, com segurança para investidores e operadores.

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