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União apresenta plano para direcionar R$ 100 bilhões à infraestrutura logística do Nordeste

Projeções incluem ampliação ferroviária, intervenções rodoviárias e preparação de novos corredores de transporte até 2050
Por Redação em 17 de novembro de 2025 às 7h52
União apresenta plano para direcionar R$ 100 bilhões à infraestrutura logística do Nordeste
Foto: Reprodução/Freepik
Foto: Reprodução/Freepik

O governo federal anunciou a intenção de viabilizar ao menos R$ 100 bilhões em investimentos destinados à infraestrutura logística do Nordeste, com foco em ferrovias e rodovias. A projeção foi apresentada pelo Ministério dos Transportes durante evento em Fortaleza (CE) voltado ao debate sobre logística no país. A proposta busca ampliar a capacidade de escoamento de cargas, reduzir gargalos históricos e acelerar o ritmo de crescimento econômico da região.

O Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050), em elaboração, deve incluir a implantação de um corredor ferroviário leste-oeste que conectará a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), entre Tocantins e Ilhéus (BA). O projeto, estimado em R$ 60 bilhões, prevê também a modernização de trechos ferroviários já existentes. A modelagem deve ser concluída até dezembro, com envio à Agência Nacional de Transportes Terrestres no início de 2026 e posterior análise pelo Tribunal de Contas da União. A publicação do edital é prevista para o primeiro semestre de 2026.

O Ministério dos Transportes também estima avanços em outras frentes ferroviárias, como a Ferrovia Minas-Bahia e a Transnordestina. Segundo a Transnordestina Logística, a operação comercial da linha entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE) deve começar em 2027, com transporte de cargas agrícolas e minerais.

Além dos projetos ferroviários, cerca de R$ 40 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão direcionados a obras viárias no Nordeste. Entre elas estão a duplicação das BRs 101, 304 e 104, com o objetivo de ampliar a capacidade de tráfego e reduzir pontos de estrangulamento no transporte rodoviário.

Levantamento da Confederação Nacional do Transporte de 2024 identificou 2.446 pontos críticos em rodovias brasileiras, dos quais 1.017 no Nordeste. Representantes do setor afirmam que esse cenário demonstra a necessidade de intervenções estruturadas para melhorar a circulação de mercadorias e reduzir custos logísticos.

A Infra S.A. e o Ministério dos Transportes afirmam que o PNL 2050 pretende orientar os investimentos de longo prazo para destravar o potencial econômico da região. O plano busca alinhar prioridades de infraestrutura com projeções de demanda e restrições orçamentárias, evitando a inclusão de projetos inviáveis. A participação privada é apontada como necessária para complementar os recursos públicos.

Estudos econômicos apresentados no evento indicam que o Nordeste abriga 27% da população brasileira e representa 14% do Produto Interno Bruto. Apesar de ter registrado crescimento acima da média nacional na última década, a região ainda apresenta disparidades estruturais. Pesquisadores apontam que a expansão e diversificação das atividades econômicas dependem de maior eficiência logística.

O Ministério do Planejamento menciona que a melhoria dos sistemas de transporte pode favorecer novos setores, como a cadeia de hidrogênio verde voltada à exportação. A movimentação desse tipo de produto ocorre por meio de portos, após conversão em amônia, o que demanda adequações na infraestrutura marítima.

A agenda logística também inclui medidas voltadas à redução de emissões, com estímulo ao uso de modais ferroviário e aquaviário. Segundo o Ministério dos Transportes, o planejamento integrado busca equilibrar expansão da capacidade logística, sustentabilidade e racionalização de custos.

O governo afirma que os projetos do PNL 2050 serão definidos considerando limites fiscais e prioridades de impacto nacional. O Ministério dos Transportes avalia que a articulação entre setor público e investidores privados será determinante para ampliar a eficiência logística e sustentar o crescimento econômico da região.
 

*Com informações do Valor.

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