
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) assinou na quarta-feira (5) um acordo de investimento com o grupo chinês China Merchants Port (CMPort) para a expansão do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná. O investimento, estimado em mais de R$ 1,5 bilhão, será destinado à ampliação da capacidade de armazenagem e movimentação de cargas no terminal, um dos principais do país.
A assinatura ocorreu em Xangai, durante missão oficial do secretário Nacional de Portos, Alex Avila, que representou o governo brasileiro em reunião com o CEO da CMPort, Xu Song. A empresa chinesa é uma das maiores operadoras portuárias do mundo, com atuação em 52 portos distribuídos por 26 países.
De acordo com o secretário, os investimentos consolidarão o TCP como um dos maiores e mais relevantes terminais portuários do Brasil. Já o executivo chinês destacou o interesse da companhia em ampliar sua presença no país, afirmando que a CMPort mantém “apetite para mais investimentos” no setor.
A formalização do acordo encerrou a missão estratégica de três dias de Alex Avila na China. Além das reuniões institucionais, a comitiva do MPor visitou instalações portuárias e logísticas para conhecer de perto as tecnologias aplicadas à operação e gestão de terminais no país asiático.
Na primeira etapa da agenda, a delegação visitou o Porto Seco de Shenzhen, um centro logístico de mais de 420 mil metros quadrados operado pela CMPort. O espaço funciona como área de apoio para o armazenamento, transporte e preparação de produtos destinados ao mercado interno e à exportação. O complexo oferece serviços de gestão da cadeia de suprimentos, armazenagem, despacho aduaneiro, transporte rodoviário e tecnologia inteligente aplicada à logística portuária integrada.
A comitiva também visitou o Porto de Xangai, considerado o maior do mundo em movimentação de contêineres. O terminal manteve-se, por 14 anos consecutivos, na liderança global do setor, movimentando mais de 51 milhões de TEUs (unidades equivalentes a contêineres de 20 pés) em 2023 e ultrapassando a marca de 50 milhões de TEUs em 2024. O volume de carga processado em Xangai supera, individualmente, o total combinado de todos os portos dos Estados Unidos.
Segundo Alex Avila, a experiência chinesa demonstra o potencial de automação e eficiência logística alcançado pelo país. “Observamos o funcionamento de operações inteiramente automatizadas, sem operadores de equipamentos ou caminhões. Esse é o tipo de tecnologia que queremos conhecer e adaptar à realidade portuária brasileira”, afirmou o secretário.