Foz do Iguaçu iniciou nesta segunda-feira (4) as obras de construção do que será o maior Porto Seco da América Latina. O empreendimento, administrado pela empresa Multilog, contará com investimento de R$ 500 milhões e previsão de operação a partir de dezembro de 2026.
Com capacidade projetada para atender 2 mil caminhões por dia, o novo terminal deverá ampliar em 30% a movimentação atual de cargas da cidade, gerando 250 empregos diretos. Localizado na Tríplice Fronteira, o projeto busca reforçar a posição estratégica do município no comércio exterior entre Brasil, Paraguai e Argentina.
A implantação do Porto Seco integra um conjunto de obras de infraestrutura na região, incluindo a duplicação da Rodovia das Cataratas, a construção da Perimetral Leste, a Ponte da Integração Brasil–Paraguai e novos trechos de concessões rodoviárias no Paraná.
A estrutura ocupará um terreno de 550 mil m² às margens da BR-277, com:
197 mil m² de pátios para caminhões;
7,2 mil m² de área coberta para armazenagem e vistoria;
600 m² de câmaras frias com três docas exclusivas;
balanças rodoviárias, scanners e vigilância por câmeras para inspeção não invasiva;
sistemas automatizados de acesso e pesagem, incluindo espaço para cargas de dimensões excedentes;
áreas de apoio aos motoristas, com sanitários, locais de descanso e infraestrutura para permanência prolongada.
De acordo com a Multilog, a nova unidade será três vezes maior que a atual e poderá duplicar a capacidade de movimentação registrada em 2024, quando o terminal processou 8,6 milhões de toneladas de cargas, equivalentes a US$ 8,6 bilhões em receitas.
A empresa também planeja instalar um terminal de contêineres para parte da carga paraguaia atualmente enviada por Montevidéu. Com isso, o escoamento poderia ser realizado pelo Porto de Paranaguá, 400 quilômetros mais próximo de Assunção, o que reduziria custos logísticos.