Sudeste discute Plano Nacional de Logística com foco em critérios socioambientais

O Ministério dos Transportes promoveu, em São Paulo (SP), mais uma etapa regional dos debates sobre o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, desta vez com foco no Sudeste. Realizado na terça-feira (22), o encontro reuniu especialistas, representantes do setor produtivo e da sociedade civil para discutir a matriz origem-destino de cargas da região e os rumos da infraestrutura de transporte para os próximos 25 anos. O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) acompanhou a discussão.

Durante o evento, o Ministério reiterou seu compromisso com um planejamento logístico que vá além da lógica puramente econômica. “Estamos propondo uma nova forma de pensar a logística: com planejamento, participação e critérios socioambientais desde o início”, destacou Bernardo Figueiredo, ex-diretor da ANTT.

A elaboração do PNL 2050 está centrada em diagnósticos técnicos e na escuta ativa da sociedade, com atenção especial aos impactos ambientais e sociais causados por corredores logísticos, especialmente em áreas sensíveis. “Sustentabilidade não pode ser um cuidado paliativo restrito ao licenciamento ambiental. Precisa estar na origem dos projetos, desde os estudos de viabilidade”, pontuou Cloves Eduardo Benevides, subsecretário de sustentabilidade do Ministério dos Transportes.

Entre as contribuições anunciadas, está a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na análise de riscos climáticos e socioambientais dos projetos. A ideia é incorporar essas variáveis ainda na fase de planejamento, para evitar que iniciativas com alto impacto negativo avancem no pipeline de investimentos.

A rodada em São Paulo dá sequência aos debates já realizados em Curitiba (Sul) e Cuiabá (Centro-Oeste). As próximas etapas acontecem em Belém (Norte), no dia 30 de abril, e em Salvador (Nordeste), no dia 7 de maio.

O PNL 2050 busca reverter a histórica priorização de obras voltadas à exportação de commodities, com foco agora em logística mais equilibrada, inclusiva e ambientalmente responsável. O objetivo é entregar ao país um plano que atenda às reais necessidades logísticas de cada região, respeitando comunidades e o meio ambiente.