O estudo Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras, elaborado a partir de informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), identificou mais de 11 mil pontes e viadutos em situação de risco estrutural relevante no país.
As causas desse cenário estão relacionadas principalmente à ausência de manutenção sistemática, à degradação natural dos materiais e a falhas de execução em determinadas obras.
A deterioração das estruturas é um processo contínuo, influenciado por fatores como variações de temperatura, incidência de cargas repetitivas, exposição a intempéries e reações químicas. Entre as patologias mais comuns estão a corrosão das armaduras, fissuração do concreto, desgaste nas juntas de dilatação e problemas nos sistemas de drenagem, que reduzem a capacidade estrutural das construções.
O estudo também destaca exemplos de obras realizadas com aplicação de critérios técnicos adequados. Em Ponta Grossa (PR), a ligação entre Vila Cipa e Oficinas incluiu a construção de um bueiro triplo com 16 metros de extensão para passagem de curso d’água. O projeto contemplou sistema de drenagem eficiente, dimensionamento estrutural para cargas dinâmicas e pavimentação em concreto, visando maior durabilidade e funcionalidade.
A engenharia atual disponibiliza recursos como sensores para monitoramento em tempo real, modelos de análise por elementos finitos e materiais com maior resistência à fadiga, que podem ampliar a vida útil das estruturas. No entanto, a utilização desses instrumentos depende do cumprimento rigoroso de normas técnicas em todas as fases do processo, do projeto inicial à execução e manutenção.
O estudo conclui que a segurança da malha viária brasileira requer mais do que intervenções corretivas. É necessária a implementação de um planejamento estratégico de longo prazo, que inclua inspeções periódicas, reforços estruturais quando exigidos e atualização dos parâmetros de projeto de acordo com as normas mais recentes. A durabilidade de pontes e viadutos está diretamente associada à qualidade dos materiais empregados, à precisão nos cálculos de engenharia e à fiscalização contínua após a conclusão das obras.