Leilão do túnel Santos-Guarujá define Mota-Engil como responsável por obra de R$ 6,8 bilhões

O túnel imerso Santos-Guarujá, considerado a maior obra de infraestrutura do Novo PAC, atraiu R$ 6,8 bilhões em investimentos no leilão realizado em 5 de setembro, na sede da B3, em São Paulo. A vencedora da disputa foi a Mota-Engil, empresa portuguesa que superou a concorrente espanhola Acciona e será responsável pela construção e operação do empreendimento.

O projeto será executado em parceria entre o governo federal e o governo de São Paulo e terá extensão total de 1,5 quilômetro, dos quais 870 metros ficarão submersos. A obra representará a primeira ligação fixa entre Santos e Guarujá, substituindo gradualmente a travessia por balsas. Atualmente, o percurso entre as duas cidades leva em média 18 minutos de balsa, podendo ultrapassar uma hora por via rodoviária. Com o túnel, o deslocamento deve ser reduzido para dois minutos.

O consórcio vencedor conta com participação de 32,4% da empresa chinesa CCCC (China Communications Construction Company), especializada em obras imersas, incluindo o túnel Taihu, na China, com 10,8 quilômetros de extensão.

O modelo adotado prevê concessão por 30 anos, abrangendo a construção, operação e manutenção da infraestrutura. O túnel terá seis faixas de tráfego, ciclovia, passagens para pedestres e espaço dedicado a Veículos Leves sobre Trilhos (VLT).

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, o empreendimento também terá impacto direto na logística do Porto de Santos, o maior da América Latina, ao ampliar a eficiência no acesso terrestre e reduzir gargalos de transporte.

Além do túnel, outros leilões de infraestrutura estão programados para 2025, incluindo o Tecon Santos 10, o canal de acesso ao Porto de Santos e o canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR). Juntos, os projetos devem somar cerca de R$ 20 bilhões em investimentos privados.

Na região, o túnel se integrará a outro projeto em andamento: o Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, com previsão de entrega em 2026. As duas obras devem marcar uma nova fase de mobilidade e desenvolvimento econômico para a Baixada Santista, que concentra mais de 720 mil habitantes entre Santos e Guarujá.