O Ministério dos Transportes apresentou nesta terça-feira (15) uma nova etapa de sua estratégia de transição energética voltada ao setor rodoviário. A iniciativa prevê a instalação de estruturas para abastecimento de veículos pesados com gás natural e gás liquefeito nos Pontos de Parada e Descanso (PPDs) voltados a caminhoneiros. O objetivo é viabilizar corredores de transporte com menor emissão de poluentes, denominados “corredores azuis”, em todas as regiões do país.
Segundo o secretário-executivo da pasta, George Santoro, os corredores serão integrados à malha rodoviária federal por meio da construção de 70 novos PPDs até 2027, permitindo que motoristas realizem o abastecimento durante os períodos obrigatórios de descanso previstos na Lei dos Caminhoneiros.
A proposta está inserida no contexto do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e nos novos contratos de concessão de rodovias federais. Os pontos de abastecimento com gás natural serão incorporados às estruturas já previstas nesses projetos, com o intuito de garantir maior previsibilidade e segurança operacional para veículos movidos a combustíveis alternativos.
A apresentação da medida ocorreu durante o lançamento de um projeto de estocagem de gás natural no estado de Alagoas, promovido pela empresa Origem. Com investimento estimado em R$ 700 milhões, a infraestrutura permitirá o armazenamento e posterior distribuição de gás natural no estado, ampliando a integração do biogás à rede de abastecimento nacional e assegurando suprimento estável para os corredores logísticos.
De acordo com Santoro, a iniciativa representa um movimento de estímulo à implantação de matrizes energéticas menos poluentes, mesmo que ainda não totalmente limpas. O uso de gás natural é apontado como etapa intermediária no processo de transição, sendo considerado menos danoso ambientalmente em relação ao diesel.
Além da implantação nacional dos corredores azuis, o Ministério também confirmou obras de infraestrutura viária em Alagoas e em outros estados do Nordeste. Entre os destaques estão:
Construção da ponte de Penedo, que ligará Alagoas a Sergipe, com entrega prevista para o início de 2026;
Arco Metropolitano de Maceió, voltado à melhoria do acesso rodoviário à capital e à região portuária;
Ampliação da capacidade viária no polo de Marechal Deodoro, em resposta ao crescimento da demanda industrial;
Acompanhamento de obras no Arco Metropolitano de Recife, com foco na integração logística regional.
As medidas fazem parte de um conjunto mais amplo de ações voltadas à reestruturação da infraestrutura logística e à descarbonização parcial do transporte de cargas. O Ministério dos Transportes busca, com isso, atrair investimentos privados, ampliar a competitividade das rotas rodoviárias e promover alternativas ao diesel no transporte de longa distância.