O Porto do Itaqui, localizado em São Luís (MA), consolidou-se como um dos principais pontos logísticos de entrada e distribuição de combustíveis no Brasil. De acordo com informações do Ministério de Portos e Aeroportos, cerca de 30% do combustível consumido no território nacional ingressa por meio do terminal, que atua como centro de redistribuição de derivados de petróleo, como gasolina, diesel, querosene de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP).
O terminal faz parte do chamado Arco Norte, que reúne portos estratégicos nas regiões Norte e Nordeste, responsáveis por conectar o país a mercados internacionais. A posição geográfica do Itaqui favorece o tempo de navegação em rotas vindas da América do Norte e da Europa, em comparação com os portos do Sul e Sudeste.
As operações de recepção e armazenamento de GLP contam com a atuação da Transpetro, que gerencia tanques de grande capacidade para posterior envio do produto às distribuidoras. O fluxo abrange cargas provenientes dos Estados Unidos, Holanda, Emirados Árabes Unidos e Índia, segundo informações da administração portuária.
O porto também abriga o berço 106, estrutura utilizada em operações de transbordo de combustíveis, com profundidade que varia entre 19 e 26 metros, a depender da maré. O local permite a execução do sistema "ship to ship" (STS), no qual os produtos são transferidos diretamente entre embarcações, o que otimiza a logística e reduz custos operacionais.
Além da atuação no setor energético, o Itaqui também tem ampliado sua participação no escoamento de grãos. Em abril de 2025, foi o responsável por toda a movimentação de soja registrada nos portos organizados da região Nordeste, somando 3,3 milhões de toneladas, de acordo com o levantamento do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O volume representa aumento de 12,4% em relação ao mesmo mês de 2024.
No total, os portos públicos do Nordeste movimentaram 7,7 milhões de toneladas de cargas em abril, alta de 7% na comparação anual.
O Ministério de Portos e Aeroportos considera que a expansão da infraestrutura e a elevação dos volumes operados refletem o andamento das políticas públicas voltadas à reestruturação do setor portuário. O Programa de Investimentos Públicos e as concessões à iniciativa privada têm sido apontados como fatores relevantes para a ampliação da capacidade operacional e para a integração da matriz logística nacional.