Logística fluvial no Amazonas adota gestão digital e movimenta 15 mil pedidos por mês

O transporte fluvial no Amazonas passou a operar com gestão digital integrada e já movimenta cerca de 15 mil pedidos por mês, marcando uma nova etapa na logística da região Norte. A operação é viabilizada por uma solução tecnológica da Envoy, que incorporou embarcações ao seu ecossistema de gestão, rastreamento e controle operacional, conectando origens, portos, centros urbanos e clientes finais em um único ambiente.

A tecnologia está em funcionamento no estado do Amazonas e, em outubro de 2025, acompanhou a movimentação de 242 toneladas de cargas, com monitoramento diário das embarcações conforme a demanda dos operadores logísticos e embarcadores atendidos. A iniciativa amplia o uso de ferramentas digitais em um modal historicamente central para a logística regional, mas pouco integrado aos sistemas de gestão utilizados em outros meios de transporte.

A entrada do modal fluvial faz parte da estratégia da Envoy de ampliar a cobertura logística em regiões com limitações de acesso rodoviário e forte dependência dos rios para o abastecimento e a distribuição de mercadorias. A empresa, que já operava com carros, caminhões e motocicletas, adaptou sua plataforma para permitir visibilidade completa da cadeia fluvial, incluindo rastreamento em tempo real, padronização de processos e controle operacional contínuo.

Segundo Vinicius Pessin, fundador da Envoy, a decisão está alinhada às características logísticas da região Norte e ao crescimento do consumo digital na Amazônia. “O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas do mundo e aproveitar esse potencial é essencial para ampliar a conectividade, aumentar a eficiência e tornar as entregas mais sustentáveis”, afirmou. De acordo com ele, o transporte fluvial é tratado pela empresa como um componente estratégico para diversificação de modais e redução de custos operacionais.

Com a integração das embarcações à plataforma, transportadoras e operadores logísticos passaram a acompanhar todas as etapas da operação dentro de um único sistema, desde a origem da carga até a entrega final. A proposta é reduzir a fragmentação típica das operações fluviais, que tradicionalmente funcionam de forma isolada em relação a outros modais.

Para a empresa, a iniciativa reforça a padronização da gestão logística em um ambiente multimodal. “A inovação é central para quem somos. Nosso papel é conectar modais, integrar dados e transformar a entrega em uma experiência mais inteligente e eficiente”, disse Pessin.

A ampliação do escopo operacional ocorre em um contexto de crescimento da Envoy. Em 2025, o modelo de software como serviço (SaaS) da companhia registrou crescimento de 72%, impulsionado pela expansão de 53% na base de clientes, novas integrações tecnológicas e a evolução do motor de inteligência artificial Sofia AI, voltado ao planejamento dinâmico de rotas. Segundo dados institucionais, a plataforma contribui para reduções de custos logísticos entre 15% e 20% para os clientes e mantém um Net Promoter Score (NPS) superior a 70 pontos.

O planejamento estratégico da empresa prevê uma taxa de crescimento anual composta acima de 30% nos próximos cinco anos, com expectativa de multiplicar a operação em até cinco vezes até 2030. A expansão para o modal fluvial é apontada como parte desse plano de longo prazo, especialmente em regiões com grande dependência de hidrovias.

No Norte do país, onde rios funcionam como principais corredores logísticos e portos fluviais concentram a entrada e a saída de mercadorias, a adoção de tecnologia busca reduzir gargalos operacionais e aumentar a previsibilidade das entregas. “Estamos conectando a logística real do país a um padrão tecnológico que entrega visibilidade e controle, independentemente do modal. Isso permite que o fluvial deixe de ser uma operação isolada e passe a fazer parte de um fluxo integrado, seguro e eficiente”, afirmou o fundador da Envoy.

A empresa pretende levar a solução a outros estados com forte vocação hidroviária, ampliando a integração entre modais e reforçando o uso de dados e inteligência operacional no transporte fluvial.