Braspress Air Cargo se apresenta ao mercado na Intermodal e planeja primeiro voo

A Braspress Air Cargo (BAC), nova unidade de negócios de transporte aéreo de cargas do Grupo Braspress, recebeu na última quinta-feira (24/04) o Certificado de Operador Aéreo (COA) emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A autorização, que permite à companhia iniciar operações aéreas regulares, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 24 de abril de 2025.

Durante a Intermodal south America 2025, que aconteceu entre 22 e 24 de abril em São Paulo, o Vice-Presidente do Grupo Braspress, Milton Petri, e o Diretor Executivo da Braspress Air Cargo, Tarcisio Gargioni, comentaram com exclusividade para a Tecnologística sobre os próximos passos da nova empresa, que planeja o seu primeiro voo oficial.

A nova empresa foi criada em janeiro do ano passado e contou com um investimento de R$ 38 milhões. De acordo com os executivos, a nova unidade surgiu a partir de uma demanda já existente entre os clientes do grupo. "A gente tem clientes hoje na Braspress que são dependentes de carga aérea para longas distâncias, no Norte e Nordeste do país. Optamos por completar a nossa cadeia logística atendendo também o transporte aéreo", explica Milton Petri, vice-presidente do Grupo Braspress.

A BAC chega no mesmo ano em que a Braspress completa 48 anos com o objetivo de expandir as atividades do grupo, que já opera de norte a sul do país com uma infraestrutura de 3.090 veículos próprios e 110 filiais no grupo H&P, holding responsável pelas empresas. A empresa já trabalha com o modal rodoviário e com operações de transporte multimodal rodoviário-fluvial. A expansão para o mercado aéreo é um desejo antigo do fundador do grupo H&P, Urubatan Helou.

Para Tarcísio Gargioni, diretor executivo da Braspress Air Cargo, o transporte aéreo tem grande potencial de crescimento no Brasil: "O passageiro nacional brasileiro representa mais de 2% do mercado aéreo mundial, mas a carga aérea representa só 0,5%. Um país continental como o nosso, de longas distâncias, estatisticamente tem chances de crescer, e com toda a infraestrutura que a Braspress tem, eu me senti na coragem de encarar esse projeto e contribuir com o desenvolvimento da aviação brasileira especialmente na área de cargas", comenta.

Com a recente aprovação da ANAC, a empresa está em fase de planejamento estratégico e deve fazer o seu primeiro voo nos próximos 20 dias. A rota inicial escolhida foi a Manaus–Campinas, e a frota da empresa consiste de dois Boeing 737-400F seminovos, com números de série consecutivos. Neste primeiro momento, apenas uma das aeronaves deve operar, enquanto a outra ficará disponível como backup.

A escolha da rota não foi por acaso: um terço de todo o movimento do mercado aéreo está nesse eixo devido à demanda da Zona Franca de Manaus, onde a Braspress tem um alto volume de clientes. A BAC elegeu o aeroporto de Viracopos para ser o seu principal hub operacional por ser o principal aeroporto cargueiro do Brasil.

A empresa ainda planeja lançar novas rotas no futuro de acordo com a demanda de mercado. "Existe um princípio de que as mercadorias de alto valor agregado que se deslocam em grandes distâncias têm uma tendencia natural de irem para o transporte aéreo. O futuro dirá para onde devemos nos expandir", comenta Tarcísio.

Durante a cerimônia de entrega da certificação da ANAC, que contou com o Diretor-Presidente do grupo H&P Empreendimentos e Participações, Urubatan Helou, pelos representantes da ANAC, Roberto Honorato, diretor-presidente, e Bruno Del Bel, superintendente de padrões operacionais, a ANAC ressaltou a expansão do mercado de transporte aéreo de cargas.

Em 2024, o segmento movimentou 1,38 milhão de toneladas em voos domésticos e internacionais, um crescimento de 9,9% em comparação com o volume registrado em 2023, de 1,25 milhão de toneladas. A Agência destacou ainda a importância do cumprimento das exigências operacionais para autorização de companhias que atuam no modal aéreo.

O dirigente explicou que criação da Braspress Air Cargo foi motivada pela necessidade de reduzir o tempo de transporte de mercadorias de alto valor agregado até Manaus (AM), que atualmente pode levar até 16 dias pelo modal rodo-fluvial.