A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) organizou, na manhã de hoje, 8 de dezembro, na sede do Instituto Infrabrasil, em São Paulo, mais uma edição do Café da Manhã Hidroviário, evento que tem como objetivo reunir autoridades do segmento para debater os rumos do transporte hidroviário brasileiro.
O encontro contou com a presença dos diretores da Antaq, Adalberto Tokarski e Fernando Fonseca e do diretor-geral, Mário Povia, do diretor-executivo do Movimento Pró-Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz, dos consultores José Wagner Leite Ferreira e Rui Gelehrter, além de representantes de entidades como a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros (Sindasp), autoridades ligadas ao Porto de Santos (SP) e muitos outros especialistas do setor.
Os temas centrais do café foram a utilização do transporte hidroviário na Baixada Santista e a utilização da Hidrovia Tietê-Paraná. Ferreira e Gelehrter apresentaram resumidamente um trabalho de pesquisa que visa reduzir o transporte rodoviário de contêineres entre as margens do Porto de Santos utilizando as hidrovias da região. Confira mais detalhes clicando aqui. Depois de um acalorado debate, as atenções voltaram-se para a Hidrovia Tietê-Paraná, e a já conhecida questão do uso múltiplo das águas permeou as discussões.
Povia argumentou que se trata de um grande equívoco que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) seja o condutor do processo de retomada da Hidrovia Tietê-Paraná, afirmação que recebeu o apoio de todos os presentes. “O ONS trabalha muito bem, mas na área dele. O negócio dele é gerar energia elétrica, não transportar carga”, disse o diretor-geral da Antaq.
Para resolver esse problema, a mesa concordou, por fim, que deve haver uma mobilização política em busca de um marco regulatório a respeito do uso múltiplo das águas, tarefa que deveria ficar a cargo da Agência Nacional de Águas (Ana), mas que não sai do papel. “É preciso trabalhar no congresso junto a uma frente parlamentar em prol do marco regulatório. O setor elétrico tem mais força que a gente. É só eles falarem em apagão que todo mundo se arrepia”, completou Povia.
“Tivemos alguns avanços em 2015, mas não há explicação para as hidrovias não decolarem no Brasil”, destacou Tokarski. “A Antaq está muito empenhada em colocar o transporte hidroviário na agenda do governo”, ressaltou o diretor, justificando a realização do encontro e exaltando a importância de se estabelecer debates a respeito do tema.