
O Grupo Pátria, por meio da empresa Reune Rodovias Holding II S/A, venceu nesta quinta-feira (30) o leilão do Lote 5 das Rodovias Integradas do Paraná, realizado na B3, em São Paulo. A proposta apresentou deságio de 23,83% sobre a tarifa básica de pedágio.
Como o desconto ultrapassou o limite de 18%, a concessionária deverá realizar um aporte adicional de R$ 399,4 milhões para investimentos futuros. O lote prevê R$ 6,7 bilhões em obras e melhorias e R$ 5,2 bilhões em despesas operacionais ao longo de 30 anos, totalizando R$ 11,9 bilhões em investimentos.
A nova concessão abrangerá 433 quilômetros de rodovias nas regiões Oeste e Noroeste, interligando Maringá, Campo Mourão, Cascavel e Guaíra.
Tarifas mais baixas e benefícios ao usuário
O resultado consolida mais uma etapa do programa de concessões rodoviárias desenvolvido pelo Governo do Paraná em parceria com o governo federal. Com o deságio obtido, as tarifas nas praças de pedágio ficarão até 34% mais baratas em relação ao modelo anterior.
Além disso, motocicletas ficarão isentas da cobrança, e usuários que utilizarem tags eletrônicas terão desconto adicional de 5%, com reduções progressivas pelo uso frequente (DUF).
O Grupo Pátria já havia arrematado o Lote 1, o primeiro do novo programa, e administra 473 quilômetros de rodovias entre Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais.
“Tarifas mais baixas e mais obras”, diz governo
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que o resultado do leilão confirma o sucesso do novo modelo de concessões adotado no estado.
“Saímos da B3 com o dever cumprido. Em seis lotes, garantimos transparência e conquistamos o menor preço, com tarifas mais baixas que as do modelo anterior. A partir de agora, vamos acompanhar muita obra. Quem ganha é a população, que terá mais segurança viária e estradas melhores”, disse.
Principais obras previstas
O contrato prevê um ciclo principal de obras entre o terceiro e o sétimo ano de concessão, período em que serão realizadas as grandes intervenções estruturais. Entre as obras previstas estão:
Essas melhorias se somam à recuperação integral dos pavimentos e à instalação de sistemas de segurança e monitoramento, como CFTV, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável e pesagem em movimento.
Impacto econômico e geração de empregos
O projeto prevê a geração de 96,7 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando 16 municípios diretamente cortados pelas rodovias: Maringá, Floresta, Engenheiro Beltrão, Peabiru, Campo Mourão, Mamborê, Juranda, Ubiratã, Corbélia, Cascavel, Toledo, Quatro Pontes, Marechal Cândido Rondon, Mercedes, Terra Roxa e Guaíra.
O prefeito de Campo Mourão, Douglas Fabrício, destacou a importância do investimento.
“Esperamos essa obra há quase três décadas. Houve frustração no passado, mas hoje renovamos a esperança. A expectativa é de que os investimentos fortaleçam o desenvolvimento de uma região tão rica em produção e trabalho como a nossa”, afirmou.
Modernização do atendimento ao usuário
A concessão prevê ainda 10 bases operacionais e de serviço, ambulâncias para atendimento pré-hospitalar, guinchos leves e pesados, caminhões-pipa e viaturas de inspeção de tráfego, garantindo mais agilidade no atendimento e segurança nas rodovias.
Programa rodoviário de referência nacional
Com a conclusão do Lote 5, o Paraná consolida o maior programa rodoviário da América Latina.
Os Lotes 1 e 2 já estão em operação desde janeiro de 2024, sob gestão dos grupos Pátria e EPR. Em abril, iniciaram-se os contratos dos Lotes 3 e 6, administrados pela Motiva (antiga CCR S.A.) e novamente pela EPR. O Lote 4 foi arrematado na semana passada pela EPR, com deságio de 21,3% e aporte de R$ 390 milhões.
O programa foi estruturado a partir de estudos técnicos elaborados pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e pelo International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, e aprovados pelo Ministério dos Transportes e pelo TCU.
O modelo é considerado referência nacional, por equilibrar segurança jurídica, atratividade para investidores e tarifas mais baixas, inaugurando um novo ciclo de desenvolvimento logístico e econômico para o estado.