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Após aumento de tarifas nos EUA, importações de produtos chineses para o Brasil crescem até 40%

Conflito tarifário entre China e Estados Unidos redireciona fluxo de remessas para América Latina e amplia interesse de fornecedores chineses no mercado brasileiro
Por Redação em 15 de maio de 2025 às 7h20
Após aumento de tarifas nos EUA, importações de produtos chineses para o Brasil crescem até 40%
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Cerca de um mês após o início do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos a produtos chineses, empresas de logística e importadores brasileiros relatam crescimento significativo nas remessas oriundas da China. O movimento é atribuído à reconfiguração das rotas comerciais diante da instabilidade gerada pela guerra tarifária entre as duas potências.

A transportadora chinesa Anjun Express, que atende desde pequenos comerciantes até grandes plataformas de e-commerce como Shein e Temu, registrou aumento entre 17% e 20% no volume de remessas para o Brasil em abril, comparado a março. No segmento de eletrônicos, o crescimento foi de 40% no mesmo período.

Segundo Andy Lu, vice-presidente da empresa, esse comportamento está relacionado ao redirecionamento de esforços comerciais de empresas chinesas antes voltadas prioritariamente ao mercado norte-americano. “Há mais promoções e maior foco na América Latina, especialmente no Brasil”, afirmou.

A empresa inaugurou em julho de 2024 um centro logístico em Guarulhos (SP), aumentando sua capacidade de triagem de 200 mil para 700 mil unidades por dia, o que, segundo Lu, dificulta comparações diretas com o mesmo período do ano anterior.

Thiago Brito, líder da divisão internacional da Total Express, informou que, embora a transportadora não tenha registrado aumentos expressivos nos volumes, houve intensificação nos contatos com novos clientes chineses interessados em acessar o mercado brasileiro. Entre esses contatos estão operadores logísticos em busca de parceiros locais para liberação alfandegária e distribuição, além de fabricantes interessados na operação ponta a ponta, da China ao Brasil.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que as importações da China cresceram 28,1% nos primeiros quatro meses de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. Somente em abril, o crescimento foi de 7,6%, abaixo dos 9,4% de março, mas ainda em ritmo elevado.

De acordo com Michel Platini, presidente da Associação Brasileira de Importadores (Ambimp), ainda não se observa uma escalada generalizada nas importações, mas há aumento nas remessas. Ele relata que fornecedores chineses têm adotado condições comerciais mais favoráveis, como melhoria de preços e prazos de pagamento alongados, para atrair clientes brasileiros.

As estratégias adotadas pelas empresas chinesas também envolvem ações nos marketplaces, incluindo modelos de gamificação para estimular o consumo, segundo análise de Bruno Porto, sócio líder de Mercados Internacionais da PwC.

O Brasil tem se consolidado como alternativa estratégica para empresas chinesas diante das incertezas no mercado norte-americano, e a América Latina passa a figurar como destino prioritário para remessas e investimentos logísticos por parte de players globais.

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