O desempenho externo tem compensado a instabilidade do mercado interno. De janeiro a agosto, foram exportadas 313,3 mil unidades, avanço de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A Argentina respondeu por 59% desses embarques.
A produção nacional chegou a 247 mil autoveículos em agosto, número 3% acima de julho, mas 4,8% menor do que o registrado em agosto de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, a indústria produziu 1,743 milhão de unidades, um crescimento de 6% frente ao mesmo intervalo de 2024.
No mercado interno, foram emplacados 225,4 mil veículos em agosto, com média diária de 10,7 mil unidades. O resultado representou o segundo mês do ano em que a média diária ficou abaixo da registrada em 2024. No acumulado, os emplacamentos somaram 1,668 milhão de unidades, 2,8% acima do ano anterior.
As importações ganharam participação. As vendas de veículos estrangeiros cresceram 12,1% no ano, com destaque para a China, que pela primeira vez superou a Argentina como principal país de origem. As vendas de modelos nacionais no varejo recuaram 9,3%, enquanto os importados subiram 17,3%. No canal de vendas diretas, o crescimento foi de 13,8% para estrangeiros e 12,4% para nacionais.
O programa federal Carro Sustentável foi uma exceção no desempenho dos veículos produzidos no país. Ele impulsionou em 26% as vendas de modelos de entrada nacionais habilitados. Além disso, até agosto, os veículos eletrificados nacionais representaram 25% das vendas totais de híbridos e elétricos no Brasil.
No segmento de caminhões, a produção acumulada registrou queda de 1% em relação a 2024, a primeira retração do ano. O setor enfrenta redução no mercado interno desde abril, impactado por juros elevados, inadimplência e desaceleração econômica. Mesmo com a alta das exportações, o movimento não tem sido suficiente para manter os níveis de produção, o que já gera reflexos no emprego nas fábricas de veículos pesados.